Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o general Braga Netto buscou atenuar as acusações de envolvimento em uma suposta trama golpista e lançou uma nova perspectiva sobre a relação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e os então comandantes do Exército e da Aeronáutica. Segundo o general, Freire Gomes e Carlos Almeida Baptista Júnior não demonstraram a devida ‘empatia’ com Bolsonaro no fim de seu mandato.
Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, prestou o interrogatório nesta terça-feira (10/6) no âmbito da ação penal que investiga a alegada tentativa de golpe. Ele relatou que, apesar de não ter discordâncias com os generais, percebia uma falta de atenção e preocupação com a saúde do então presidente, que sofria de erisipela.
“Era uma questão de empatia”, afirmou Braga Netto. “Eu passava todo dia de manhã, uma vez de manhã e uma vez de tarde [no presidente]. Quando o pessoal falava que ele estava deprimido, ele tava com aquela doença na perna. Era uma coisa muito feia e aquilo tava abatendo o presidente porque não conseguia curar”. Ele complementou dizendo que acreditava que faltava “uma atenção maior” por parte dos comandantes, que, segundo ele, “não procuravam [o presidente]”.
No mesmo depoimento, Braga Netto negou ter coordenado ataques nas redes sociais contra os ex-comandantes. “Eu me recordo dessas mensagens, que eu vi no inquérito. No inquérito elas estão descontextualizadas. Eu jamais coordenei ou ordenei ataques a nenhum dos chefes militares”, defendeu-se.
Braga Netto é um dos réus do chamado “núcleo 1” da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Preso, ele participou do interrogatório por videoconferência e enfrenta acusações de participação ativa na suposta trama.
Fonte: http://www.metropoles.com