A oposição no Congresso Nacional observa com crescente apreensão a ascensão do senador Davi Alcolumbre (União-AP) como figura central na sustentação do governo Lula. Lideranças oposicionistas avaliam que Alcolumbre se tornou um ponto crucial de equilíbrio, mas duvidam da sua capacidade de garantir a aprovação das medidas propostas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para compensar a desoneração do IOF.
A insatisfação da oposição com Alcolumbre se intensificou após sua resistência à instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar supostas fraudes no INSS. A relação já havia se deteriorado em decorrência da sua postura contrária à anistia para os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro.
Enquanto isso, Alcolumbre consolida sua influência dentro do governo, emplacando indicações estratégicas. Além de Waldez Góes (Integração Regional), considerado um ministro “intocável”, o senador também possui um indicado na Codevasf e aguarda novas nomeações em agências ligadas ao Ministério de Minas e Energia.
Apesar do poder crescente, a oposição demonstra ceticismo quanto à capacidade de Alcolumbre em aprovar o pacote fiscal proposto por Haddad. “Não se mata no peito uma bola quadrada”, afirmou um líder oposicionista ao Metrópoles, indicando a forte resistência que a medida enfrentará no Congresso, inclusive com apoio de setores do Centrão, devido ao aumento de impostos.
O governo Lula anunciou, em maio, o aumento do IOF para tentar arrecadar R$ 20 bilhões e cumprir as metas fiscais estabelecidas. Contudo, a medida provisória enfrentou forte resistência no Congresso. Após uma reunião tensa, o clima arrefeceu após Alcolumbre sinalizar disposição em discutir os incentivos fiscais, que representam um impacto significativo nas contas públicas. “Estamos juntos na Câmara dos Deputados, assim como no Senado para buscar uma solução estrutural para as contas públicas do Brasil”, afirmou o senador. No entanto, as críticas ao pacote fiscal, especialmente em relação à taxação de apostas online e letras de crédito, reacenderam o debate, com o Congresso se mostrando contrário a qualquer aumento de impostos.
Fonte: http://www.metropoles.com
