O retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva da França e a necessidade de sua aprovação para a Medida Provisória (MP) que propõe alternativas ao decreto do IOF, geraram um impasse político em Brasília. Parlamentares da base governista avaliam que a demora em obter o aval presidencial criou um vácuo, permitindo que a oposição fortalecesse suas críticas e expusesse a falta de agilidade do governo na condução de temas econômicos.
Ministros, em caráter reservado, admitem que a centralização das decisões em Lula tem dificultado a construção de consensos e o andamento das negociações com o Congresso Nacional. A situação se agravou com a manifestação pública de lideranças do PP e do União Brasil, partidos da base que inclusive ocupam ministérios, contra as propostas do governo.
A insatisfação dos partidos da base se concentra nas alternativas apresentadas para compensar a perda de arrecadação com o IOF, que envolvem aumento de tributos. Antônio Rueda, presidente do União Brasil, foi enfático: “Taxar, taxar, taxar não pode e não será nunca a saída. É preciso cortar despesas”.
Essa reação explicita, segundo congressistas, a crescente dificuldade do governo Lula em encontrar um equilíbrio entre responsabilidade fiscal e sua agenda de gastos sociais. A articulação política, já considerada complexa, enfrenta agora o desafio de alinhar as expectativas do Executivo com as demandas de uma base aliada cada vez mais vocal e exigente.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br