O Ministério da Justiça formalizou, nesta quarta-feira (11/6), o pedido de extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) ao Ministério das Relações Exteriores. A medida surge após a confirmação da condenação da parlamentar pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e com a informação de que ela se encontra atualmente em território italiano. O Itamaraty agora tem a responsabilidade de encaminhar a solicitação às autoridades italianas, seguindo os trâmites legais estabelecidos para processos de extradição internacional.
Paralelamente, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, também oficializou o envio do pedido de extradição da deputada ao Ministério da Justiça no mesmo dia. Essa ação coordenada demonstra a celeridade e o empenho das autoridades brasileiras em trazer Zambelli de volta ao país para cumprir sua pena. O caso ganhou notoriedade e levanta questões sobre as responsabilidades de agentes públicos perante a lei.
A trajetória que culminou no pedido de extradição é marcada por eventos significativos. Em 15 de maio, a Primeira Turma do STF condenou Zambelli por unanimidade a 10 anos de prisão e à perda do mandato, devido ao seu envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Após a condenação, em entrevista coletiva, Zambelli alegou problemas de saúde e expressou receio de não sobreviver à prisão: “Eu estou pegando vários relatórios dos meus médicos e eles são unânimes em dizer que eu não sobreviveria à cadeia”, afirmou.
A defesa de Zambelli tentou reverter a decisão, apresentando embargos declaratórios em 23 de maio. No entanto, dois dias depois, em 25 de maio, a parlamentar deixou o Brasil por via terrestre, cruzando a fronteira com a Argentina, na região de Foz do Iguaçu (PR). A deputada foi condenada a 10 anos e oito meses de prisão pelo Supremo por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em ação realizada junto com o hacker Walter Delgatti. O processo já transitou em julgado, ou seja, não há mais possibilidade de recursos.
Além do pedido de extradição, o nome de Zambelli foi incluído na lista vermelha da Interpol, indicando que ela é procurada internacionalmente. O STF já havia determinado o bloqueio de seus salários e verbas de gabinete, bem como a perda do mandato. O objetivo é que os valores sejam direcionados para o pagamento de uma multa de R$ 2 milhões por danos coletivos. Moraes também notificou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que os direitos políticos de Zambelli sejam suspensos, conforme previsto para casos de condenação criminal definitiva.
Adicionalmente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) foi acionada para iniciar a cobrança da multa imposta na sentença. As ações coordenadas entre diferentes órgãos do governo demonstram a seriedade com que o caso está sendo tratado e o esforço para garantir que a justiça seja cumprida.
Fonte: http://www.metropoles.com