O Irã se despede de uma figura central de sua política externa. Ali Shamkhani, assessor do líder supremo Ali Khamenei, faleceu neste sábado, após internação hospitalar. Sua morte ocorre em um período de crescente tensão no Oriente Médio, especialmente entre Irã e Israel.
Shamkhani desempenhou um papel crucial na diplomacia iraniana, notavelmente na reaproximação entre Irã e Arábia Saudita, um acordo histórico mediado pela China que pôs fim a anos de rivalidade. Sua influência transcendia fronteiras, tornando-o uma figura conhecida nos círculos políticos dos Estados Unidos e da Europa.
Ao longo de sua carreira, Shamkhani ocupou posições de destaque, incluindo dez anos como chefe do setor de segurança nacional do Irã (2013-2023). Anteriormente, serviu no Ministério da Defesa e na Guarda Revolucionária Islâmica. Sua trajetória demonstra o peso de sua atuação no regime.
Em abril, Shamkhani defendeu publicamente a possibilidade de o Irã expulsar inspetores nucleares da ONU e cortar a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica, caso se sentisse ameaçado nas negociações nucleares com os EUA. Segundo ele, o Irã poderia tomar tais medidas em resposta a eventuais ameaças.
A ambição política também marcou a trajetória de Shamkhani. Em 2001, ele chegou a disputar a presidência do Irã. Analistas apontam que essa ambição pode ter incomodado a cúpula do regime, motivando sua substituição no cargo de chefe de segurança em 2023.
Apesar de sua saída do cargo principal, Shamkhani permaneceu como um dos conselheiros mais próximos de Khamenei. Sua morte representa a perda de uma voz experiente na diplomacia iraniana em um momento de crescente isolamento internacional para o país.
Fonte: http://revistaoeste.com