terça-feira, junho 17, 2025

Alerta Solar: Missão Indiana Flagra Ejeção de Massa Coronal que Quase Atingiu a Terra

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Uma explosão solar colossal, flagrada pela missão indiana Aditya-L1, quase atingiu a Terra, expondo a vulnerabilidade da nossa infraestrutura tecnológica às chamadas Ejeções de Massa Coronal (CMEs). As CMEs, vastas emissões de plasma e campos magnéticos do Sol, representam uma das maiores ameaças naturais ao planeta.

Essas “bolas de fogo” expelidas da coroa solar são compostas de plasma, um gás extremamente quente e energizado cujos átomos se separam em partículas eletricamente carregadas. A Aditya-L1, a missão da agência espacial indiana (ISRO) lançada este ano para monitorar o Sol, detectou o início dessa CME massiva utilizando seu Coronógrafo de Linha de Emissão Visível (Velc). O evento foi registrado em 16 de julho, às 10h08 (horário de Brasília), e detalhado em um estudo publicado na revista The Astrophysical Journal Letters.

“A CME teve origem do lado do Sol voltado para o nosso planeta”, explicou R. Ramesh, do Instituto Indiano de Astrofísica e principal autor do artigo, à BBC. Felizmente, a trajetória da ejeção foi desviada em meia hora, direcionando-a para trás do Sol, evitando um impacto direto na Terra. “Como estava muito distante, não teve impacto no clima da Terra”, concluiu o astrofísico, aliviando as preocupações imediatas.

As CMEs, compostas por partículas eletricamente carregadas, podem pesar até um trilhão de quilos e atingir velocidades de até 3 mil km por segundo. Segundo Ramesh, elas podem se deslocar em qualquer direção, inclusive em direção ao nosso planeta. “Imagine essa enorme bola de fogo rumando para a Terra. Em sua velocidade máxima, levaria apenas cerca de 15 horas para percorrer os cerca de 150 milhões de quilômetros que separam o Sol da Terra”, alerta o pesquisador, ilustrando a rapidez com que um evento solar pode se propagar.

Embora a atmosfera e o campo magnético da Terra nos protejam de ameaças diretas à vida humana, as tempestades solares, explosões solares e CMEs frequentemente impactam o ambiente espacial próximo. As consequências potenciais incluem desde interferências nas comunicações e danos a satélites até perturbações em sistemas de navegação e problemas em redes elétricas. “Hoje, nossas vidas dependem totalmente de satélites de comunicação, e as CMEs podem derrubar a internet, linhas telefônicas e comunicações por rádio. Isso poderia levar ao caos absoluto”, avalia o professor Ramesh, ressaltando os impactos indiretos e consideráveis desses eventos.

Após esse “primeiro resultado significativo” da Aditya-L1, os cientistas indianos esperam que novas descobertas ajudem a proteger os quase oito mil satélites e as redes elétricas dos efeitos de eventos solares perigosos. A monitoração constante do Sol em tempo real, possibilitada pela missão, permitiria identificar tempestades solares ou CMEs e proteger os equipamentos, desligando-os antes de eventuais impactos.

A Aditya-L1 observa o Sol de uma posição privilegiada, o ponto de Lagrange L1, onde a gravidade do Sol e da Terra se equilibram. Essa localização única permite que a nave permaneça em uma espécie de “estacionamento natural”, observando o Sol continuamente, mesmo durante eclipses e ocultações. Ramesh destaca a vantagem do coronógrafo indiano sobre outras missões solares, pois ele consegue reproduzir as mesmas condições de um eclipse total, proporcionando uma visão ininterrupta da coroa solar 24 horas por dia, 365 dias por ano. “Com o Velc, conseguimos estimar precisamente o momento em que uma ejeção de massa coronal começa e a direção que ela segue”, conclui o pesquisador.

Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br

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