O Brasil pulsa com ritmos e cores vibrantes, e duas manifestações culturais se destacam nesse cenário: o Bumba Meu Boi e o Boi-Bumbá. Embora compartilhem raízes e uma história central, cada qual floresceu de maneira única, refletindo as tradições e o espírito de suas regiões de origem: o Nordeste e o Norte do país.
Ambas as celebrações narram a saga de um boi que encontra a morte e, subsequentemente, retorna à vida. No entanto, a forma como essa narrativa é encenada, dançada e cantada revela as nuances que distinguem o Bumba Meu Boi do Boi-Bumbá, tornando-as experiências culturais distintas e igualmente fascinantes.
O Bumba Meu Boi emergiu durante o período colonial no Nordeste, entrelaçando influências das culturas indígena, africana e europeia. A trama central gira em torno do boi de estimação de um fazendeiro, vítima fatal dos desejos de Catirina e Pai Francisco, escravizados que almejavam saborear sua língua.
A morte do boi desencadeia um turbilhão de emoções e tentativas desesperadas de ressurreição, culminando na intervenção de um curandeiro que o traz de volta à vida. Já o Boi-Bumbá, embora compartilhe essa base narrativa, encontrou seu lar no Amazonas, especialmente em Parintins, onde se metamorfoseou em um espetáculo grandioso.
Em Parintins, o Boi-Bumbá ganha contornos de superprodução, com apresentações empolgantes no Bumbódromo, palco de uma rivalidade acirrada entre os bois Caprichoso, ostentando o azul, e Garantido, representando o vermelho. “O Festival de Parintins é uma celebração da cultura popular e da identidade amazônica”, afirma um dos organizadores do evento.
Apesar de suas peculiaridades, ambas as manifestações compartilham elementos essenciais. Contam a mesma história fundamental, com personagens icônicos como Mãe Catirina, Pai Francisco e o amo do boi. Além disso, o boi é sempre o protagonista, representado por um boneco exuberante, adornado com tecidos coloridos e ornamentos diversos.
Em termos de reconhecimento, o Boi Bumbá ascendeu ao título de Patrimônio Cultural do Brasil em 2018. Anteriormente, em 2011, o Complexo Cultural do Bumba Meu Boi do Maranhão já havia sido laureado com a mesma honraria, culminando com o reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2019.
As festividades do Bumba Meu Boi no Maranhão tomam conta dos meses de junho e julho, enquanto o Festival de Parintins irradia energia ao longo do ano, com seu ápice nas apresentações de fim de junho no Bumbódromo. Em 2024, o evento está programado para os dias 27, 28 e 29 de junho.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br