Um novo relatório revela que a vacinação infantil no Brasil ainda enfrenta desafios significativos. Em 2023, apenas 32% dos municípios brasileiros alcançaram as metas de imunização básica, um número que, apesar de ser o melhor desde 2018, permanece preocupantemente baixo. Os dados são provenientes do Anuário VacinaBR 2025, um estudo inédito que lança luz sobre a situação da imunização no país entre 2000 e 2023.
O levantamento, fruto de uma colaboração entre o Instituto Questão de Ciência (IQC), a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), aponta para uma queda contínua nas taxas de cobertura vacinal desde 2015, com um agravamento após o início da pandemia de Covid-19. Essa análise cruza dados de diversas fontes, incluindo o DataSUS, o InfoMS, o IBGE e o Sinasc, oferecendo um panorama abrangente da situação.
Apesar de uma melhora observada a partir de 2022, nenhuma das vacinas infantis do calendário nacional atingiu as metas de cobertura estabelecidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) em todos os estados em 2023. As vacinas contra poliomielite, meningococo C, haemophilus influenzae tipo b (Hib) e varicela são as que mais preocupam, com nenhum estado alcançando a meta para elas no período analisado.
“Após anos de queda nas coberturas vacinais infantis, o Brasil tem avançado na retomada da vacinação, com importantes conquistas em diversas regiões do país”, observa Luciana Phebo, Chefe de Saúde do UNICEF no Brasil. “Ao mesmo tempo, o relatório permite identificar onde ainda existem desigualdades regionais e estruturais que precisam ser enfrentadas”.
O estudo também destaca altas taxas de evasão em vacinas com múltiplas doses, como a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Em alguns estados, mais de 50% das crianças não recebem a segunda dose, comprometendo a proteção completa contra essas doenças. Esse abandono vacinal representa um problema crônico que exige atenção e estratégias eficazes para garantir a imunização completa da população infantil brasileira.
Fonte: http://www.metropoles.com