O governo Lula demonstra forte interesse na instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará descontos irregulares em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A posição foi expressa pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), nesta terça-feira (17/6), após a leitura do requerimento para criação da CPMI pelo presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP).
Randolfe Rodrigues rechaçou a ideia de que o governo se sente pressionado pela CPMI, enfatizando o desejo de que ela seja instalada. “A gente tava com vontade louca dessa CPMI ser instalada. Vamos a ela, com toda vontade”, declarou o senador, destacando que a investigação que levou à descoberta do esquema de desvios foi iniciada durante o atual governo, através da Controladoria Geral da União (CGU) e da Polícia Federal (PF).
Apesar do apoio formal do governo, a base aliada no Congresso demonstrou divisão em relação à CPMI. Na Câmara dos Deputados, 113 dos 223 parlamentares que assinaram o pedido de criação da comissão pertencem a partidos da base governista. O União Brasil lidera as adesões entre os partidos com ministérios, seguido por PP, Republicanos, PSD, MDB e PSB.
No Senado, a situação é semelhante, com 52% dos parlamentares de partidos da base governista apoiando a CPMI. PP, Republicanos e União Brasil lideram o ranking de adesões, seguidos por PSD, PSB e MDB. A adesão de parlamentares da base governista demonstra a necessidade de uma investigação transparente e abrangente, independentemente de onde as apurações possam levar.
“A CPMI, se vier a contribuir com a investigação, ela será saudada por nós e nós vamos para a CPMI com o time principal”, garantiu Randolfe Rodrigues. O senador enfatizou o compromisso do governo em investigar o caso a fundo, doa a quem doer, e ressaltou que não haverá proteção para eventuais envolvidos, sinalizando que o governo está disposto a colaborar para que a verdade seja apurada.
Fonte: http://www.metropoles.com