O Ibovespa reverteu a trajetória positiva dos últimos dias e encerrou o pregão em baixa, refletindo o pessimismo do mercado diante das tensões geopolíticas e da performance negativa de grandes empresas como Vale e Usiminas. O índice recuou 0,30%, atingindo 138.840,02 pontos, uma perda de 415,89 pontos. O dólar comercial acompanhou o movimento, registrando alta de 0,23%, cotado a R$ 5,498.
A instabilidade no cenário internacional, com destaque para o conflito entre Irã e Israel, exerceu forte influência sobre o mercado. As declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sobre uma possível escalada do conflito, somadas ao envio de jatos de combate americanos para o Oriente Médio, aumentaram a aversão ao risco. Consequentemente, as bolsas europeias e americanas também registraram quedas, enquanto o petróleo disparou mais de 4%.
Além das preocupações geopolíticas, a decisão do Federal Reserve (Fed) sobre a taxa de juros adicionou cautela ao mercado. A expectativa é de que o Fed mantenha as taxas inalteradas, mas os dados fracos do varejo e da produção industrial nos EUA intensificaram as apostas de um possível corte de juros em setembro. Segundo Andressa Durão, economista do ASA, “o desempenho do varejo indica continuidade de um ritmo lento do consumo americano no segundo trimestre”.
No cenário doméstico, o governo federal enfrentou resistência no Congresso Nacional, com a aprovação de um requerimento de urgência para cancelar o decreto que aumenta o IOF. O presidente da Câmara, Hugo Motta, classificou a votação como uma “resposta da sociedade”, sinalizando o descontentamento com a elevação de impostos. A ausência de figuras-chave do governo em Brasília também contribuiu para o clima de incerteza.
A performance negativa do Ibovespa foi agravada pela forte queda das ações da Vale (VALE3), que recuaram 4,50%. Nem mesmo a alta expressiva da Petrobras (PETR4), impulsionada pela valorização do petróleo, foi suficiente para impulsionar o índice para o campo positivo. A Usiminas (USIM5) também exerceu pressão negativa, com suas ações desabando 6,90% após o Itaú cortar a recomendação para o ativo.
Fonte: http://www.infomoney.com.br
