A decisão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de tirar uma semana de férias gerou forte descontentamento entre líderes da base governista no Congresso. Parlamentares aliados manifestaram, em conversas reservadas, que a ausência ocorre em um momento crítico, com a polêmica em torno do reajuste do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a Medida Provisória (MP) da arrecadação dominando o debate.
O estopim da crise foi o anúncio, no final de maio, de medidas para equilibrar as contas públicas, incluindo o aumento do IOF. A reação negativa do mercado e a forte pressão no Congresso levaram o governo a recuar parcialmente, mas a insatisfação persistiu. A aprovação da urgência para derrubar o decreto na Câmara dos Deputados acendeu um sinal de alerta no Palácio do Planalto.
Segundo relatos, líderes governistas compararam a situação com períodos anteriores, nos quais cancelaram suas próprias folgas para se dedicarem integralmente às negociações com o Congresso. A ausência de Haddad, portanto, é vista como um sinal preocupante em um momento que exige articulação política intensa para evitar uma derrota.
O acordo costurado com o presidente da Câmara, Hugo Motta, para adiar a votação do mérito da proposta por duas semanas, durante o recesso informal do Congresso, não arrefeceu as críticas. A preocupação é que Haddad fique de fora das discussões cruciais nesse período, justamente quando o governo precisa encontrar alternativas para garantir o cumprimento das metas fiscais.
“O Planalto precisa arrecadar quase R$ 20 bilhões este ano para cumprir as metas do Arcabouço Fiscal”, ressalta a reportagem original. A pressão aumenta sobre o governo, que precisa reverter o quadro e encontrar soluções para o impasse do IOF antes que a situação se agrave ainda mais.
Fonte: http://www.metropoles.com
