O Rio Grande do Sul enfrenta novamente a fúria das águas. Fortes chuvas que castigam o estado desde o início da semana provocaram alagamentos e a elevação dos níveis de rios importantes, atingindo comunidades que ainda se recuperam das devastadoras enchentes de maio de 2024. A situação exige atenção redobrada, com milhares de pessoas forçadas a deixar suas casas.
A capital, Porto Alegre, registrou um acumulado de 106,5 milímetros de chuva entre terça e quarta-feira, quase atingindo a média histórica de junho, que é de 115 mm. De acordo com a Defesa Civil estadual, 51 municípios reportaram ocorrências relacionadas às chuvas, incluindo quedas de árvores, interrupções no fornecimento de serviços essenciais e danos a infraestruturas. Mais de 2.300 pessoas estão desalojadas, com cerca de mil necessitando de abrigo público.
Em Lajeado, no Vale do Taquari, o Rio Taquari ultrapassou a cota de inundação, atingindo 19,33 metros, superando o limite de 19 metros para transbordamento. A média histórica para a cidade é de 13 metros, mas a memória da tragédia climática do ano passado, quando o rio ultrapassou os 30 metros, ainda assombra a população. Muçum, outra cidade duramente atingida em 2024, também monitora o nível do rio, que se aproxima dos 11 metros.
No Vale do Caí, o Rio Caí, em São Sebastião do Caí, está 13 centímetros acima da cota de inundação, marcando 10,37 metros. A Defesa Civil e outros órgãos trabalham em conjunto para mitigar os danos e prestar assistência à população. Em Nova Petrópolis, um homem de 22 anos perdeu a vida quando o carro em que estava foi arrastado após o desabamento de uma ponte.
“A previsão para os próximos dias mantém o Rio Grande do Sul em estado de alerta”, informa o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Um bloqueio atmosférico é apontado como o principal responsável pelas chuvas persistentes, impedindo o avanço das frentes de nebulosidade e mantendo o tempo instável. A expectativa é que essa condição persista até sexta-feira, com risco de novos alagamentos, especialmente nas regiões norte e noroeste do estado. A possibilidade de formação de um ciclone extratropical também é monitorada.
Fonte: http://www.metropoles.com
