Em meio à escalada de tensões no Oriente Médio, a jornalista americano-israelense Zina Rakhamilova compartilhou um relato vívido dos momentos de pânico vividos em Tel Aviv durante a recente ofensiva israelense contra o Irã. A repórter, que trabalha cobrindo segurança e conflitos na região, descreveu a noite de terror ao jornal *Israel Hayom*, detalhando os alarmes, os mísseis e o medo que tomou conta da cidade.
O pesadelo começou por volta das três da manhã, quando sirenes de alerta soaram por toda Tel Aviv, despertando a população e anunciando o início da ofensiva. “Não era sobre foguetes, como costumava ser”, relatou Rakhamilova. “Era algo diferente. O país, em questão de minutos, parou.” A jornalista observou que a movimentação nos céus foi imediata, com caças sobrevoando a capital e o espaço aéreo sendo fechado, enquanto escolas, escritórios e locais públicos suspendiam suas atividades.
Rakhamilova, experiente em cobrir conflitos, já previa uma escalada da situação. “Era claro o que estava acontecendo”, disse. “Já sabíamos que o Irã estava perto de obter uma arma nuclear. Os Estados Unidos [EUA] tinham evacuado parte do corpo diplomático no Oriente Médio. Tudo indicava que algo grande viria.” Durante a madrugada, vídeos de ataques a bases em Teerã começaram a circular, intensificando o clima de apreensão.
Mais tarde, por volta das 21h30, os alarmes soaram novamente, forçando Rakhamilova e seus vizinhos a buscarem abrigo. “O refúgio na escada já não era suficiente”, explicou. “Tínhamos dez minutos para correr até um abrigo subterrâneo. No caminho, vimos os interceptadores explodirem um míssil sobre Tel Aviv. O chão tremeu.”
Dentro do abrigo, a tensão era palpável. “Havia gente de todas as idades”, relatou Rakhamilova. “Entre rezas e cantos, tentávamos manter a calma enquanto aguardávamos novas instruções.” Mesmo com o sistema de defesa em ação, alguns bairros centrais de Tel Aviv foram atingidos por mísseis iranianos, resultando em destruição e desespero. “Visitei uma rua completamente destruída”, lamentou a jornalista. “Milagrosamente, poucas mortes. Mas a cena era desoladora.”
A jornalista permaneceu no abrigo das 0h às 5h. Ao sair, descobriu que um dos mísseis havia atingido uma área próxima de sua casa, deixando três amigos desabrigados. Uma das afetadas foi a jornalista Shanna Fuld, fundadora do *Israel Daily News Podcast*, que morava no local exato da explosão. “Foram duas horas até conseguirem tirá-la do abrigo”, contou Rakhamilova. “Ela saiu de pijama, atordoada, mas viva. O apartamento foi totalmente destruído. Ver que ela estava bem foi o único alívio. Mas caminhar por um bairro em ruínas, onde amigos ficaram sem lar, foi devastador.”
Apesar do trauma, Tel Aviv já mostrava sinais de recuperação no dia seguinte. “Cafés voltaram a abrir”, observou Rakhamilova. “As pessoas saíram às ruas. Não por negação, mas por decisão. Não vamos deixar o medo vencer.” Com convicção, a jornalista concluiu: “Vivemos sob ataques. Dormimos mal. Mas seguimos. Vamos reconstruir. E não vamos deixar o terror vencer.”
Fonte: http://revistaoeste.com