O Brasil agora ostenta a segunda maior taxa de juros reais do planeta, impulsionada pela mais recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). A elevação unânime da Selic em 0,25 ponto percentual, elevando-a para 15% ao ano, colocou o país em uma posição de destaque nesse ranking global. Este movimento representa a sétima alta consecutiva, levando a taxa básica de juros ao seu pico desde julho de 2006.
Com a Selic em 15%, o juro real brasileiro atingiu 9,53% ao ano, superando potências como Rússia, Argentina e África do Sul. Apenas a Turquia, com 14,44%, apresenta uma taxa de juros reais superior. Os dados são de um levantamento da MoneYou e da Lev Intelligence, que analisou a situação em 40 países.
A taxa brasileira é o resultado de uma combinação entre a Selic projetada e a inflação esperada para os próximos 12 meses, atualmente estimada em 5,25% pelo Boletim Focus. A decisão do Copom, embora buscando conter a inflação, acende o debate sobre os impactos no crescimento econômico.
O ciclo de alta da Selic, iniciado em setembro de 2024, já acumula um aumento de 4,5 pontos percentuais. Em comunicado, o Copom sinalizou a possibilidade de encerrar este ciclo na próxima reunião, agendada para julho. Contudo, o comitê ressalvou que manterá os juros em um patamar “significativamente contracionista” por um período prolongado, visando garantir a convergência da inflação à meta de 3% ao ano.
O Copom também expressou preocupação com o cenário externo, classificando-o como “adverso e incerto”. Atenção especial foi dada à política econômica dos Estados Unidos e às tensões geopolíticas globais. Internamente, as projeções de inflação para 2026 e 2027 permanecem acima do centro da meta, reforçando a cautela do Banco Central.
Fonte: http://jovempan.com.br