A recomendação de tomar vermífugo anualmente, frequentemente disseminada em redes sociais, levanta um debate crucial: essa prática, que remonta a tempos de saneamento precário, ainda se justifica no contexto atual? A crença popular, muitas vezes propagada como um “protocolo de desparasitação”, merece uma análise aprofundada à luz da ciência e das condições sanitárias contemporâneas.
As parasitoses intestinais, outrora um problema de saúde pública significativo, hoje afetam parcelas menores da população, concentrando-se em áreas específicas. Essa redução drástica no impacto das doenças parasitárias levanta a questão se a administração periódica e generalizada de vermífugos não seria, em vez de benéfica, potencialmente arriscada e até mesmo contraproducente.
“Não existe comprovação científica da eficácia ou necessidade dessa prática para a população em geral, o que gera desinformação”, alertam especialistas. A automedicação com vermífugos, motivada por informações imprecisas, pode levar a efeitos colaterais indesejados e contribuir para o desenvolvimento de resistência parasitária aos medicamentos.
Diante deste cenário, a decisão de tomar ou não vermífugo anualmente deve ser individualizada e baseada em orientação médica. É essencial considerar os riscos e benefícios, o histórico de saúde do paciente e a prevalência de parasitoses na região em que vive, buscando sempre informações de fontes confiáveis e evitando a disseminação de notícias falsas.
Fonte: http://www.metropoles.com