Uma família brasileira radicada no Reino Unido enfrenta um drama: o Ministério do Interior britânico ordenou o retorno ao Brasil de dois irmãos, de 8 e 11 anos, que cresceram no país europeu. A decisão, que surpreendeu os pais, ocorre mesmo com a autorização deles para residir e trabalhar legalmente no território britânico.
Os pais, Ana Luiza Cabral Gouveia, enfermeira, e Hugo Barbosa, professor de ciência da computação na Universidade de Exeter, receberam a notificação no início de junho. O documento exige que o filho mais velho, Guilherme Serrano, deixe o Reino Unido. O futuro do filho mais novo, Luca Serrano, permanece incerto, mas também há uma recomendação para que ele deixe o país.
A permanência de Guilherme no Reino Unido, sem a devida autorização, pode acarretar em sérias consequências legais, como detenção, processo judicial, impossibilidade de trabalhar, alugar imóveis e até mesmo a perda da carteira de motorista, conforme o documento oficial. A família chegou ao Reino Unido em 2019, buscando melhores oportunidades de vida e carreira.
Em 2024, Hugo solicitou residência permanente para si e para os filhos, porém, o pedido das crianças foi negado sob a alegação de que ambos os pais precisariam ter o direito à residência para que os filhos fossem automaticamente contemplados. Ana obteve visto próprio como profissional da saúde em 2022, porém precisa de cinco anos para solicitar residência permanente.
Desesperado, Hugo argumentou que os filhos estão plenamente adaptados à vida no Reino Unido, onde viveram por mais da metade de suas vidas. Ele também ressaltou que as crianças não dominam o português, o que dificultaria sua adaptação ao sistema escolar brasileiro, mas a apelação foi rejeitada. “Eles nasceram nos Estados Unidos e nunca moraram no Brasil”, explicou o pai.
O Ministério do Interior justificou a decisão alegando não haver “razões sérias e convincentes para lhe conceder o acordo” e sugeriu que Guilherme “retorne ao Brasil com a família”. A resposta do governo sugere que as crianças podem ser matriculadas em escolas de língua inglesa no Brasil, minimizando o impacto da mudança. A família busca agora alternativas legais para evitar a separação e garantir o futuro dos filhos no Reino Unido.
Fonte: http://revistaoeste.com