O Ibovespa abriu a sexta-feira em queda, contrariando o otimismo observado nos mercados internacionais. A performance negativa ocorre após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic para 15% ao ano. Analistas apontam que a alta dos juros no Brasil, em contraponto com as expectativas de cortes de taxas nos EUA, pressiona o mercado acionário local.
O índice chegou a atingir a mínima de 137.609,38 pontos, com recuo de 0,80%. Paralelamente, o dólar comercial registrou um leve recuo, cotado a R$ 5,48, enquanto os juros futuros apresentaram um comportamento misto. A volatilidade também se refletiu no VXBR, índice que mede o medo no mercado brasileiro, que subiu 1,75%, atingindo 15,74 pontos.
Em Nova York, os principais índices abriram em alta, impulsionados por declarações de Christopher Waller, membro do Federal Reserve. Waller sinalizou que a inflação nos EUA está sob controle, abrindo caminho para um possível corte de juros já na próxima reunião do Fed. Essa perspectiva injetou ânimo nos investidores, com o Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq registrando ganhos de 0,34%, 0,46% e 0,67%, respectivamente.
No cenário corporativo, destaque para as ações da Gol (GOLL54), que operaram em leilão com uma alta expressiva de 17,83%, atingindo R$ 271,00. Já as ações de empresas do setor varejista apresentaram queda, com LREN3, MGLU3 e PETZ3 recuando 1,28%, 2,67% e 1,65%, respectivamente.
Analistas de mercado apontam que a combinação de juros altos no Brasil e incertezas no cenário internacional pode manter a pressão sobre o Ibovespa no curto prazo. “As taxas dos DIs curtos e médios tendem a subir após nova alta da Selic”, afirmam, indicando que o mercado ainda digere a decisão do Copom.
Fonte: http://www.infomoney.com.br
