Fraser, um professor e pesquisador australiano de 41 anos, pai de duas adolescentes, recebeu um diagnóstico de Alzheimer precoce em 2024. Desde então, ele tem utilizado seu canal no Youtube, intitulado “I (don’t) have dementia” (Eu (não) tenho demência, em tradução livre), para compartilhar sua experiência com a doença neurodegenerativa e alertar outras pessoas sobre os sinais iniciais.
Em um de seus vídeos, Fraser relata que os primeiros sintomas surgiram cerca de dois anos antes do diagnóstico. Um dos episódios mais marcantes foi quando ele se sentou para assistir a um filme com sua parceira, sem se lembrar de já tê-lo visto antes. “Assisti ao filme inteiro e o final ainda foi uma surpresa completa. Não me lembrava de tê-lo assistido, de forma alguma”, conta ele, evidenciando a perda de memória recente, um dos principais sinais da doença.
Outro episódio preocupante ocorreu quando uma de suas filhas avisou que sairia com amigos. Fraser, ao perceber que ela não estava em casa, entrou em pânico. “Chegou a noite e eu comecei a surtar pensando: ‘Cadê minha filha?’. Eu estava surtando de verdade”, relata, demonstrando a desorientação e confusão que a doença pode causar. Após esses incidentes, ele buscou ajuda médica, o que levou ao diagnóstico de Alzheimer de início precoce.
O Alzheimer é uma doença progressiva que afeta o funcionamento do cérebro, prejudicando a memória e outras funções cognitivas. Embora a causa exata ainda seja desconhecida, há indícios de ligação com fatores genéticos. A doença é o tipo mais comum de demência em idosos, mas casos como o de Fraser demonstram que ela pode afetar pessoas mais jovens. O diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Fraser utiliza um diário para organizar seus compromissos e lidar com os esquecimentos, uma estratégia para minimizar o impacto da doença em sua rotina. No entanto, ele destaca que o principal desafio é o impacto emocional, especialmente na relação com suas filhas. “O pai deveria ser aquele que dá apoio e está presente para os filhos, mas eles já estão tendo que se adaptar. Você se sente culpado por fazer isso com as crianças, mesmo que não seja sua culpa”, lamenta, ressaltando a importância do apoio familiar e da conscientização sobre a doença.
Fonte: http://www.metropoles.com