Uma pesquisa pré-clínica da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, revelou que o lemborexant, medicamento utilizado para tratar a insônia, pode ter um papel protetor contra o acúmulo da proteína tau no cérebro, uma característica associada à doença de Alzheimer. O estudo, publicado na revista científica Nature Neuroscience, abre novas perspectivas no desenvolvimento de abordagens terapêuticas para essa condição neurodegenerativa.
A equipe de pesquisadores, ciente da ligação entre distúrbios do sono e o Alzheimer, investigou os efeitos do lemborexant, um depressor do sistema nervoso central, em modelos animais. Os resultados demonstraram que o medicamento foi capaz de melhorar a qualidade do sono e reduzir os níveis anormais da proteína tau em camundongos.
“Precisamos de maneiras de reduzir o acúmulo anormal da proteína tau e a inflamação que o acompanha, e vale a pena analisar mais a fundo esse tipo de auxílio para dormir”, afirmou o neurologista David Holtzman, um dos autores do estudo, em comunicado à imprensa. A pesquisa sugere que o lemborexant pode ser uma ferramenta promissora para retardar a progressão do Alzheimer, agindo sobre um dos principais fatores de risco da doença.
Embora o lemborexant já tenha sido aprovado nos Estados Unidos em 2019 para o tratamento da insônia, sua análise ainda está pendente na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil desde 2022. Adicionalmente, uma pesquisa anterior da Universidade de Oxford apontou o fármaco como um dos mais eficazes e toleráveis para problemas de sono, com base em uma revisão abrangente de estudos ao longo de 40 anos.
É importante ressaltar que o estudo apresenta algumas limitações. Os efeitos protetores cerebrais foram observados apenas em camundongos machos, e o uso do lemborexant é aprovado apenas a curto prazo. Portanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar esses achados em humanos e investigar os efeitos do uso contínuo do medicamento a longo prazo.
Fonte: http://www.metropoles.com