O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) rejeitou categoricamente as acusações de que teria utilizado um sistema de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar seus adversários políticos durante seu mandato. A declaração foi feita após receber alta hospitalar em Brasília, onde realizou exames devido a um mal-estar.
Bolsonaro questionou a lógica por trás das alegações, argumentando que não via necessidade de rastrear seus opositores. “Para que eu usaria um equipamento desse? Bota para fora quem usou para isso e resolve. Usava para quê? Que finalidade? Não existe isso”, afirmou o ex-presidente, buscando refutar as alegações de uso indevido do sistema.
As negações de Bolsonaro surgem em resposta a um relatório da Polícia Federal encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). O documento aponta Bolsonaro como o “principal destinatário” dos produtos das ações clandestinas realizadas pela Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem, ex-diretor da agência. A investigação sugere que informações sensíveis eram sistematicamente repassadas ao então presidente.
De acordo com o relatório da PF, documentos encontrados com Alexandre Ramagem e endereçados a Bolsonaro, com títulos como “Bom dia Presidente” e “Presidente TSE informa”, reforçam as suspeitas. A PF alega que essas “evidências corroboram a concorrência do então Presidente da República das ações delituosas perpetradas na ABIN”.
Em suma, o relatório da PF alega que as anotações “revelam ações, cujo produto era encaminhado ao Presidente da República, materializando as ilicitudes perpetradas durante sua gestão como Diretor da ABIN em especial a disponibilização da estrutura do Estado Brasileiro para ações desviadas do sentido republicano”. A investigação, que teve início após a revelação da compra do sistema espião em 2023, continua a gerar debates e desdobramentos.
Fonte: http://www.infomoney.com.br