A recente mudança na política de vistos dos Estados Unidos lançou uma sombra de incerteza sobre o futuro de milhares de estudantes brasileiros que planejavam realizar intercâmbios no país. O cancelamento de agendamentos para entrevistas de visto estudantil, implementado no fim de maio, paralisou os sonhos de muitos que almejavam ingressar em universidades e escolas americanas no segundo semestre.
O impacto da medida ressoa globalmente, afetando estudantes de diversas nacionalidades e impactando negativamente o mercado de programas educacionais de longa duração nos EUA. Empresas brasileiras do setor de intercâmbio relatam um aumento significativo nos pedidos de realocação e cancelamento de viagens, deixando muitos alunos, que já haviam investido em seus cursos, em um limbo.
Christina Bicalho, vice-presidente do Student Travel Bureau (STB), destaca a gravidade da situação. “O que estamos vivendo é algo inédito. Mesmo quem tem dinheiro hoje não consegue embarcar”, afirma, ressaltando a ausência de datas disponíveis para agendamento de entrevistas de visto estudantil.
De acordo com Bicalho, o STB estima que cerca de 700 estudantes tiveram suas viagens interrompidas, de um total de 1.800 a 2.000 planejadas para o segundo semestre. “É de cortar o coração, porque muitos desses jovens planejam há anos essa viagem”, lamenta, enfatizando que alguns já trancaram matrículas no Brasil e até pagaram os cursos no exterior.
Diante desse cenário, muitos estudantes estão considerando alternativas em outros países. Canadá, Austrália, Inglaterra e outras nações europeias emergem como destinos substitutos, impulsionando uma diversificação no mercado de intercâmbio.
Apesar dos desafios, o Departamento de Estado dos EUA anunciou a retomada do processo de emissão de vistos estudantis. No entanto, o governo americano planeja intensificar a análise da presença digital dos candidatos, incluindo o escrutínio de redes sociais, em busca de sinais de ativismo político ou comportamentos antissemitas.
Essa nova postura levanta preocupações sobre o futuro dos intercâmbios nos Estados Unidos. A possibilidade de processos de checagem mais rigorosos e demorados pode dificultar a entrada de estudantes estrangeiros, impactando a diversidade nas universidades americanas e afetando o setor de educação internacional como um todo.
Fonte: http://www.infomoney.com.br