As festas juninas, com suas danças e comidas deliciosas, são um marco cultural no Brasil. No entanto, para os cerca de 25 milhões de brasileiros que sofrem de refluxo gastroesofágico, segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), essa época pode trazer desconforto e sintomas indesejados. Os pratos típicos, ricos em açúcar e gordura, podem agravar a condição, transformando a alegria da festa em incômodo.
O refluxo ocorre quando o esfíncter esofágico inferior, a válvula entre o esôfago e o estômago, não se fecha corretamente, permitindo que o conteúdo gástrico retorne. Essa condição multifatorial pode ter componentes genéticos e é influenciada por fatores como obesidade, tabagismo, consumo de álcool e refeições volumosas. Os sintomas mais comuns incluem azia, gosto amargo na boca e dor abdominal, podendo evoluir para problemas mais sérios como tosse crônica e inflamação da garganta.
Para quem convive com o refluxo, identificar os alimentos que podem desencadear os sintomas é fundamental. O gastrocirurgião Eduardo Grecco, da Faculdade do ABC, alerta para os riscos de certos pratos típicos juninos. “Não devemos considerar o refluxo um problema menor”, adverte o especialista, enfatizando que o retorno do ácido estomacal pode causar irritações e, em casos extremos, até aumentar o risco de câncer de esôfago.
De acordo com o Dr. Grecco, os cinco alimentos mais perigosos para quem tem refluxo durante as festas juninas são: canjica (devido ao açúcar e gorduras), quentão (bebida quente e açucarada que estimula a produção de ácido), pé de moleque (rico em gorduras e açúcar), pipoca (quando preparada com excesso de óleo) e bolo de milho (pelo açúcar, gordura e leite presentes na receita). A temperatura dos alimentos, especialmente os muito quentes, também pode agravar os sintomas.
A nutricionista Aline Quissak, de Curitiba, reforça a importância da alimentação no controle do refluxo. “Nós somos o que comemos. Controlar a dieta pode melhorar ou piorar os sintomas”, afirma. Ela recomenda evitar alimentos industrializados, café, chocolate, bebidas alcoólicas e laticínios integrais. Para o período junino, a nutricionista sugere moderação: “Comer devagar e sem exageros, pegando leve nas frituras e bebidas alcoólicas e evitando deitar logo após as refeições ajuda muito”. Pequenas mudanças nos hábitos alimentares podem fazer toda a diferença para aproveitar a festa sem desconforto.
Fonte: http://www.metropoles.com