O crescente número de pessoas com dependência em jogos de azar tem gerado grande preocupação entre especialistas em saúde mental. Considerada uma doença psicobiológica, essa condição pode ter efeitos devastadores na vida dos indivíduos afetados. No programa Sinais Vitais, o Dr. Roberto Kalil aborda o tema com a psicóloga Maria Paula Magalhães, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, e Hermano Tavares, professor da USP, lançando luz sobre os perigos e sinais de alerta.
Para identificar a dependência em jogos, os especialistas utilizam os chamados “3 Cs”: controle, confronto e caça. Esses critérios auxiliam na avaliação do nível de comprometimento do indivíduo com o jogo e o impacto que isso exerce em sua rotina. A análise desses elementos é fundamental para um diagnóstico preciso e intervenção precoce.
Os aspectos emocionais e comportamentais também são indicadores importantes. A euforia durante o jogo, seguida de depressão e angústia após as sessões, são sinais de alerta. Sentimentos de culpa, vergonha, irritabilidade, isolamento social e tentativas de esconder o problema também merecem atenção. “A dependência em jogos é a terceira mais comum, ficando atrás apenas do tabaco e do álcool”, ressalta Tavares, evidenciando a gravidade do cenário.
Um dos aspectos mais alarmantes é o elevado risco de suicídio associado à dependência em jogos. Fatores como impulsividade, depressão, endividamento e vergonha contribuem para esse risco. “A combinação desses elementos cria uma ‘tempestade perfeita’ que pode levar o indivíduo a considerar o suicídio como uma saída”, alerta Tavares. A dificuldade em admitir o problema e buscar ajuda agrava ainda mais a situação.
Diante desse quadro, é crucial que pessoas que suspeitam estar desenvolvendo dependência em jogos, bem como seus familiares e amigos, estejam atentos aos sinais. Buscar ajuda profissional o quanto antes é fundamental. O tratamento adequado pode prevenir consequências graves e ajudar o indivíduo a recuperar o controle de sua vida, resgatando sua saúde mental e bem-estar.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br
