Em uma ação que reverbera em todo o mundo, os Estados Unidos lançaram um ataque coordenado contra três centros nucleares iranianos neste sábado, marcando uma escalada significativa nas tensões geopolíticas. O complexo de Fordow, conhecido por sua fortificação e importância estratégica no programa nuclear do Irã, foi um dos alvos, juntamente com instalações em Natanz e Isfahan. A ofensiva levanta questões sobre o futuro do acordo nuclear iraniano e a estabilidade na região.
O ex-presidente Donald Trump declarou que a operação foi um “sucesso retumbante”, com o objetivo de neutralizar a infraestrutura que permite ao Irã enriquecer urânio próximo ao nível necessário para armas nucleares. O ataque sinaliza uma postura mais assertiva por parte dos EUA em relação ao programa nuclear iraniano, gerando debates sobre suas implicações a longo prazo para a segurança global. A declaração de Trump adiciona uma camada de complexidade à já tensa situação.
Construído no interior de uma montanha, a cerca de 96 quilômetros de Teerã, próximo a Qom, Fordow simboliza a busca do Irã por um programa nuclear protegido. A instalação permaneceu em segredo por anos, até ser revelada por agências de inteligência ocidentais. Em 2023, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) detectou urânio enriquecido a 83,7% de pureza em Fordow, um nível perigosamente próximo ao necessário para a produção de armas nucleares, intensificando as preocupações internacionais.
O histórico da construção de Fordow remonta à década de 2000, quando o regime de Teerã optou por abrigar suas centrífugas em um local subterrâneo, buscando evitar ataques semelhantes ao realizado por Israel contra o Iraque em 1981. Naquela ocasião, caças israelenses destruíram uma usina em Bagdá, que poderia ter permitido a produção de armas nucleares no país vizinho. Esse evento moldou a estratégia iraniana de proteção de suas instalações nucleares.
Desde então, Israel avaliou diversas opções para neutralizar Fordow, mas as defesas naturais e artificiais do complexo representam um desafio significativo. Um plano apresentado durante o governo de Barack Obama envolvia uma incursão de comandos israelenses para destruir a base com explosivos, mas autoridades militares reconheceram a complexidade e os riscos envolvidos. O General Kenneth McKenzie Junior, ex-comandante do Comando Central do Pentágono, declarou: “Continua sendo um alvo muito difícil”.
A extensão dos danos causados pelo ataque americano ainda está sendo avaliada. Especialistas sugerem que o Irã dispersou seu estoque de urânio enriquecido por vários túneis, o que dificulta a avaliação imediata do impacto da operação. Os próximos dias serão cruciais para determinar o efeito do ataque no programa nuclear iraniano e suas possíveis consequências para a estabilidade regional e global.
Fonte: http://revistaoeste.com