Os mercados de ações israelenses registraram um desempenho notável, atingindo recordes históricos após o ataque dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas. Esse movimento, segundo analistas, sinaliza uma percepção de diminuição da capacidade de Teerã de desenvolver armas nucleares em um futuro próximo. Contudo, a situação geopolítica permanece tensa, com investidores globais em alerta para possíveis desdobramentos.
O índice Tel Aviv 125 apresentou um aumento de 1,8%, acumulando ganhos de quase 8% na última semana. Paralelamente, o índice TA-35, composto por blue chips, subiu 1,53%, caminhando para o maior avanço trimestral desde 2003. Bancos israelenses lideraram os ganhos, enquanto a fornecedora de defesa Elbit Systems Inc. enfrentou uma queda superior a 2%.
Ronen Menachem, economista-chefe de mercados do Mizrahi Tefahot, comentou à Reuters: “A destruição das principais instalações nucleares do Irã pelos militares dos EUA é, obviamente, um desenvolvimento positivo… em termos de melhoria do ambiente de segurança regional e redução das capacidades militares e nucleares do Irã”. Ele classificou o evento como um “divisor de águas”.
Entretanto, a escalada das tensões não se limita aos ataques dos EUA. Israel já havia iniciado investidas contra instalações nucleares, fábricas de mísseis balísticos e comandantes militares iranianos em 13 de junho, provocando uma resposta retaliatória do Irã. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou ter “obliterado” instalações nucleares iranianas, intensificando ainda mais o conflito.
Além do mercado de ações, os títulos do governo israelense também apresentaram alta, o shekel se valorizou e o prêmio de risco do país diminuiu ligeiramente. “Olhando para o médio e longo prazo… isso pode representar uma oportunidade genuína, possivelmente relacionada à perspectiva de laços mais estreitos entre os eixos saudita e americano”, acrescentou Menachem.
Enquanto isso, outros mercados regionais demonstraram reações mistas. O índice de referência de ações do Egito saltou 2,7%, refletindo uma aposta dos investidores de que os ataques dos EUA poderiam acelerar o fim do conflito. Outros mercados, como Kuwait e Catar, registraram ganhos mais modestos, enquanto a Arábia Saudita apresentou uma leve queda.
Em um cenário global, a atenção se volta para a potencial resposta do Irã, incluindo a possibilidade de bloqueio do Estreito de Ormuz e ataques a ativos americanos na região. “O maior risco para a região é o colapso do regime iraniano e uma decadência para uma guerra civil semelhante à da Síria. A intervenção dos EUA pode aumentar a probabilidade disso”, alertou Malik, da Tellimer.
Fonte: http://www.infomoney.com.br