A CPMI do INSS, criada para investigar desvios e fraudes em benefícios previdenciários, já está em curso após a leitura do requerimento pelo senador Davi Alcolumbre. A comissão, que ganhou força após as reportagens do Metrópoles revelarem um esquema bilionário de descontos irregulares, promete ser palco de intensos debates e disputas políticas.
Composta por 15 deputados e 15 senadores, a CPMI terá a missão de apurar a fundo as denúncias e responsabilizar os envolvidos. Líderes partidários de diferentes espectros políticos se mobilizam para indicar os nomes que representarão suas siglas, buscando garantir o controle da narrativa e influenciar o rumo das investigações. A escolha da relatoria, cargo crucial para a condução dos trabalhos, é um ponto central dessa disputa.
Enquanto a presidência da CPMI deve ficar com o senador Omar Aziz, a relatoria é alvo de intensa negociação. O PL busca emplacar um nome alinhado à direita, como Mendonça Filho, Alfredo Gaspar ou Evair de Melo, enquanto outras forças políticas também manifestam interesse no cargo. Hugo Motta, presidente da Câmara, sinalizou que a relatoria deve ficar com um nome do Centrão.
“Há, desde que estourou um escândalo, uma troca de acusações entre governo e oposição sobre a responsabilização dos envolvidos”, destaca a reportagem original, evidenciando o clima de tensão que permeia a CPMI. O PT já escalou o deputado Paulo Pimenta, ex-ministro da Secom, para a comissão, enquanto outros partidos finalizam suas indicações.
A investigação tem como ponto de partida uma série de reportagens do Metrópoles que revelaram um esquema bilionário de descontos irregulares em mensalidades de aposentados, totalizando R$ 2 bilhões em um ano. As denúncias levaram à abertura de inquéritos pela Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, culminando na Operação Sem Desconto e nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência.
Fonte: http://www.metropoles.com