O Irã acusou os Estados Unidos de cruzar uma “linha vermelha” com o ataque a instalações nucleares no país, classificando a ação como uma violação flagrante do direito internacional. O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, fez a declaração em uma coletiva de imprensa em Istambul, neste domingo, exigindo uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir a situação. Ele também indicou que o Irã está avaliando todas as opções para responder à agressão.
A ofensiva, realizada no sábado, teve como alvo os centros nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan, utilizando bombas de alta penetração e mísseis de precisão. De acordo com informações divulgadas, a ação foi coordenada com Israel, e a Casa Branca justificou o ataque como necessário para neutralizar o programa nuclear iraniano. O presidente Donald Trump comemorou a operação, afirmando que os alvos foram completamente destruídos, enquanto o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, exaltou a parceria entre os dois países.
Em resposta, o Irã colocou suas forças em alerta máximo e estuda diversas medidas retaliatórias, incluindo ações no Estreito de Ormuz, uma rota crucial para o transporte de petróleo. Araqchi também solicitou à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que condene formalmente os bombardeios. Em busca de apoio diplomático, o chanceler iraniano planeja viajar a Moscou para discutir a questão com o presidente russo Vladimir Putin.
“Aguardem nossa resposta primeiro”, declarou Araqchi, sinalizando que a diplomacia só será considerada após a retaliação iraniana. “Quando a agressão terminar, depois poderemos decidir sobre a diplomacia.” As tensões entre Irã, Estados Unidos e Israel têm aumentado desde 13 de junho, com relatos de confrontos e operações em ambos os lados, resultando em um número significativo de vítimas.
Especialistas apontam que a ofensiva dos EUA causou danos consideráveis ao programa nuclear iraniano, devido ao uso de armamento pesado capaz de atingir instalações subterrâneas. A situação eleva a preocupação com a escalada do conflito e suas potenciais consequências para a estabilidade regional e global.
Fonte: http://revistaoeste.com