domingo, junho 22, 2025

Mistério na Antártida: Ondas de rádio anômalas sob o gelo desafiam cientistas há uma década

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O continente gelado da Antártida guarda um enigma que intriga a comunidade científica há dez anos: a detecção de sinais de rádio anômalos emitidos debaixo de suas vastas camadas de gelo. A busca por uma explicação para esse fenômeno tem mobilizado pesquisadores e desafiado os limites do conhecimento atual sobre física de partículas.

A detecção inicial desses sinais ocorreu durante experimentos que visavam identificar neutrinos, partículas cósmicas de alta energia conhecidas por sua natureza evasiva. O experimento Antena Transiente Impulsiva Antártica (ANITA), da NASA, foi o primeiro a registrar essas ondas de rádio incomuns, que pareciam desafiar as leis da física.

Os sinais vinham de direções inesperadas, sugerindo que haviam atravessado extensas camadas de rocha antes de serem detectados. No entanto, as ondas de rádio deveriam ter sido absorvidas pela rocha. Essa anomalia levanta questões sobre a possibilidade de fenômenos físicos desconhecidos ou a necessidade de revisar os modelos teóricos existentes.

Observações subsequentes, realizadas por outros instrumentos como o Observatório Pierre Auger na Argentina, não conseguiram replicar os resultados do ANITA. Stephanie Wissel, da Universidade Estadual da Pensilvânia, ressalta que a ausência de confirmação por outros experimentos não indica necessariamente a existência de “nova física”, mas sim a necessidade de coletar mais informações para entender o fenômeno.

Apesar da incerteza, os cientistas permanecem otimistas de que detectores maiores e mais sensíveis poderão desvendar o mistério. A busca por neutrinos e suas fontes continua, impulsionada pela esperança de que a solução para o enigma da Antártida esteja ao alcance.

A detecção de neutrinos na Terra permite rastreá-los até suas fontes. Segundo os cientistas, essas fontes são principalmente raios cósmicos que atingem a atmosfera do nosso planeta. Os neutrinos poderiam ajudar os astrônomos a entender melhor os raios cósmicos e o que os lança através do cosmos.

Justin Vandenbroucke, da Universidade de Wisconsin-Madison, explica que o ANITA foi projetado para detectar os neutrinos de mais alta energia no universo. O experimento procurava por um pulso curto de ondas de rádio produzido quando um neutrino colide com um átomo no gelo antártico, levando a uma cascata de partículas de menor energia.

Os cientistas consideram a possibilidade de que os sinais anômalos sejam causados por um tipo diferente de neutrino, o neutrino tau. No entanto, a inclinação do ângulo conectado ao sinal torna essa hipótese improvável, segundo Wissel. A origem dos eventos anômalos do ANITA ainda é desconhecida.

Um novo detector, o Payload for Ultra-High Energy Observations (PUEO), sobrevoará a Antártida a partir de dezembro. Wissel afirma que o PUEO, maior e mais sensível que o ANITA, poderá revelar mais informações sobre os sinais anômalos. “No momento, é um desses mistérios de longa data”, comenta Wissel.

De acordo com Peter Gorham, da Universidade do Havaí em Mānoa, o PUEO deve ter a sensibilidade necessária para capturar diversos sinais anômalos. Os cientistas estão abertos a todas as possibilidades para tentar descobrir a origem dos sinais. Wissel conclui: “O cenário mais provável é que seja algum fenômeno físico comum que pode ser explicado, mas estamos batendo em todas as portas para tentar descobrir quais são.”

Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br

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