O mundo dos esportes profissionais americanos está vivendo um momento de valorização sem precedentes. O Los Angeles Lakers, da NBA, acaba de alcançar um preço de franquia recorde de US$ 10 bilhões, superando seu rival Boston Celtics, que detinha o recorde anterior com US$ 6 bilhões. Essa escalada nos valores reflete uma tendência crescente no mercado esportivo.
E a marca dos Lakers pode não durar muito. Há negociações em andamento envolvendo o New York Giants, da NFL, que podem elevar o valor da equipe para mais de US$ 10 bilhões, segundo o consultor esportivo Marc Ganis. O que fica evidente é que as avaliações dos times esportivos continuam em ascensão, impulsionadas por diversos fatores.
Um exemplo notável é o Milwaukee Bucks, da NBA. Uma participação de 10% na equipe foi vendida por US$ 4 bilhões em 2024, um aumento significativo em relação aos US$ 550 milhões pagos pela franquia uma década antes. O professor de economia Victor Matheson, especializado em negócios esportivos, ressalta que, em 30 anos de estudo, nunca viu um time ser vendido por menos do que foi comprado.
Essa valorização impacta os torcedores de diversas maneiras. Embora muitos desejem um proprietário disposto a investir pesado para tornar o time competitivo, nem sempre os mais ricos são os que obtêm os melhores resultados. No fim das contas, a maioria dos fãs se importa mais com o desempenho da equipe em campo do que com a fortuna do dono.
Mas, afinal, o que está impulsionando essa alta nos preços? A resposta reside na lei da oferta e da procura. “Quando a oferta é fixa e a demanda aumenta, os preços sobem. É simples assim”, explica Sal Galatioto, banqueiro de investimentos esportivos. Além disso, a crescente importância da programação esportiva ao vivo para anunciantes, em um cenário de fragmentação da mídia, contribui para o aumento do valor das franquias.
Os acordos de direitos de televisão, cada vez mais lucrativos, também impulsionam a valorização das franquias esportivas. “Não estamos surpresos em ver o aumento na avaliação e todos os dados apontam que isso continuará”, afirma Lori Bistis, da PricewaterhouseCoopers. A capacidade de monetizar dados sobre os fãs, através de diferentes experiências e produtos, é outro fator atrativo para os investidores.
Além disso, a legalização das apostas esportivas em 2018 aumentou o interesse em esportes e programação esportiva, atraindo ainda mais investidores. Bilionários e fundos de investimento estão cada vez mais interessados em adquirir participações, mesmo que minoritárias, em equipes esportivas.
“Há muito dinheiro novo entrando no negócio”, observa Galatioto. “Sempre encontro pessoas com alto patrimônio líquido dispostas a pagar mais.” Essa disputa acirrada por ações em times esportivos contribui para o aumento dos preços.
No entanto, nem sempre o investimento maciço em jogadores e infraestrutura garante o sucesso esportivo. Matheson, especialista no tema, destaca que, embora folhas de pagamento mais altas ajudem os times a vencer, a gestão eficiente, a prevenção de lesões e até mesmo a sorte desempenham um papel fundamental na conquista de títulos.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br
