Após declarações do governo americano, a possibilidade de uma mudança de regime no Irã ganhou destaque. No entanto, analistas advertem que a situação é intrincada e os resultados podem ser imprevisíveis, com potenciais impactos negativos para a estabilidade regional e para os interesses dos Estados Unidos.
Especialistas alertam que a simples substituição do atual governo iraniano não garante a instalação de um regime alinhado com os interesses de Washington ou de seus aliados, como Israel. Pelo contrário, o vácuo de poder e o caos decorrente da queda do governo podem abrir caminho para atores ainda mais radicais.
A instabilidade resultante da queda do regime poderia levar à fragmentação do Irã, um país marcado por movimentos separatistas latentes. Trita Parsi, do Instituto Quincy, adverte que o colapso do Estado iraniano pode intensificar o caos e empoderar facções extremistas com ambições nucleares, cenário que “não seria o tipo de regime que os EUA tinham em mente”.
Além disso, a sucessão do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, é um processo complexo e incerto. Embora o The New York Times tenha noticiado que Khamenei indicou potenciais sucessores, a disputa pelo poder pode gerar ainda mais instabilidade e ser aproveitada por grupos separatistas, agravando a situação interna do país.
Em um cenário de vácuo de poder, elementos radicais das forças armadas iranianas também podem ascender ao poder. O temor é que, em vez de um regime mais moderado, o Irã possa se tornar ainda mais agressivo e imprevisível, representando uma ameaça maior à segurança regional e global.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br