O sistema judicial iraniano anunciou, nesta segunda-feira, a execução de Mohammad-Amin Mahdavi Shayesteh, elevando a tensão em meio a crescentes hostilidades com Israel. Shayesteh foi condenado à morte sob a acusação de espionagem para o Mossad e colaboração com um canal de televisão crítico ao regime, o Iran International. A execução ocorre em um momento de escalada de tensões na região, com trocas de ataques entre Irã e Israel nas últimas semanas.
Desde o início dos confrontos recentes, o Irã já executou pelo menos três indivíduos acusados de ligações com a inteligência israelense. A agilidade com que o governo iraniano tem lidado com esses casos tem gerado preocupação internacional. Autoridades iranianas afirmam que a emissora Iran International tem laços com Israel, classificando-a como “organização terrorista” durante os protestos de 2022.
Gholamhossein Mohseni Ejei, chefe do Judiciário, declarou à TV estatal que casos de espionagem para Israel serão tratados com maior celeridade. “Casos relacionados à segurança, especialmente aqueles envolvendo apoio ao regime usurpador (Israel) e atuação como uma quinta coluna do inimigo, serão tratados mais rapidamente”, afirmou Ejei, sinalizando uma postura mais rigorosa.
No último domingo, Majid Mosayebi também foi executado por suposto envolvimento com o Mossad. Em 16 de junho, Esmaeil Fekri enfrentou o mesmo destino, segundo a agência estatal Irna, que informou que Fekri foi preso em dezembro de 2023 enquanto se comunicava ativamente com agentes israelenses. Essas execuções somam-se a um cenário já crítico de direitos humanos no Irã.
Organizações como a Anistia Internacional criticam a falta de transparência nos processos judiciais iranianos, onde raramente são apresentadas provas concretas das acusações. O Irã ocupa o segundo lugar mundial em número de execuções, atrás apenas da China. Em resposta, Israel justifica suas operações contra alvos iranianos como uma medida para impedir que Teerã concretize ameaças à sua existência.
Fonte: http://revistaoeste.com