segunda-feira, junho 23, 2025

Uso excessivo de telas leva 90% dos jovens a apresentarem sinais da Síndrome do Olho Seco, aponta estudo

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Pesquisa da Aston University identificou sinais da condição ocular em nove entre dez jovens

O uso prolongado de telas tem provocado impactos crescentes na saúde ocular dos jovens. Um estudo conduzido pela Aston University, no Reino Unido, revelou que 90% dos participantes entre 18 e 25 anos apresentaram ao menos um sinal clínico da Síndrome do Olho Seco. 

A pesquisa, publicada em maio de 2025, acompanhou 50 jovens adultos ao longo de um ano, analisando os sintomas, exames oftalmológicos e hábitos cotidianos relacionados à saúde dos olhos.

Segundo os pesquisadores, 56% dos participantes foram diagnosticados com a síndrome, enquanto os demais também apresentaram alterações oftalmológicas compatíveis com o quadro, mesmo sem relatarem sintomas evidentes. O estudo destaca que a detecção precoce é crucial para prevenir a evolução da condição, que pode comprometer a lubrificação natural da superfície ocular e afetar a visão de forma permanente.

O principal fator de risco identificado foi o uso excessivo de dispositivos digitais. Os jovens avaliados passaram, em média, oito horas por dia em frente a telas – tempo que influencia diretamente a frequência e a qualidade das piscadas. O piscar incompleto e menos frequente prejudica a distribuição da lágrima sobre os olhos, facilitando a evaporação do filme lacrimal e levando ao ressecamento.

A Síndrome do Olho Seco é caracterizada pela deficiência na produção ou na qualidade da lágrima, que passa a não lubrificar adequadamente a superfície da córnea e da conjuntiva. Entre os sintomas mais comuns, estão: ardência, vermelhidão, sensibilidade à luz, sensação de areia nos olhos e visão turva.

Além disso, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo apresentam alguma condição visual, sendo a Síndrome do Olho Seco uma das mais prevalentes, especialmente entre os usuários frequentes de telas digitais.

Mesmo entre os participantes assintomáticos, o estudo da Aston University detectou alterações no filme lacrimal e na superfície ocular, por meio de exames clínicos, como teste de Schirmer, coloração com fluoresceína e avaliação do tempo de ruptura da lágrima. Estes testes permitiram identificar alterações iniciais que, sem intervenção, poderiam evoluir para formas mais graves da síndrome.

O tratamento da síndrome inclui mudanças comportamentais, como pausas regulares no uso de telas, atenção ao ato de piscar e uso de colírios lubrificantes, especialmente os livres de conservantes. Nesse contexto, o armazenamento adequado dos colírios é essencial para a eficácia do tratamento.

Colírios devem ser mantidos em local protegido de luz solar, calor e umidade. Além disso, alguns colírios sem conservantes precisam ser armazenados na geladeira, conforme recomendação dos fabricantes, para manter sua estabilidade química e garantir sua ação terapêutica.

A pesquisa reforça que, embora muitos jovens não percebam sintomas claros, os sinais da Síndrome do Olho Seco estão presentes de forma silenciosa, o que exige atenção redobrada com os hábitos visuais. Em um cenário em que as telas são onipresentes na rotina de estudo, trabalho e lazer, cuidar da saúde ocular se torna uma urgência invisível, mas que pode ser evitada com medidas simples e informação qualificada.

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