A distribuição hoteleira está passando por uma transformação radical, impulsionada pela inteligência artificial e pela crescente importância da personalização. Um painel recente da HEDNA (Hotel Electronic Distribution Network Association) explorou como os canais de distribuição estão se tornando elementos estratégicos, redefinindo a forma como os hotéis se conectam com seus hóspedes.
Andrea Daniels (HEDNA), Lisa Murphy (HEDNA) e Jason Shames (NYU) destacaram a importância de dados, personalização e tecnologias emergentes. Segundo os especialistas, o futuro da hospitalidade não reside na substituição da experiência humana, mas sim em sua otimização através de ferramentas inovadoras.
“A inteligência artificial não está substituindo a hospitalidade, está redefinindo-a”, ressaltou um dos palestrantes, enfatizando a mudança de paradigma em curso. A distribuição agora transcende os canais e se integra à estratégia de marca, influenciando toda a jornada do hóspede.
O painel apontou diversas tendências cruciais: hiperpersonalização, modelos autônomos de precificação, agentes virtuais com inteligência emocional e flexibilidade nos métodos de pagamento. Essas inovações exigem que os hotéis repensem suas abordagens e se adaptem às novas expectativas dos consumidores.
Para o mercado brasileiro, ainda dependente das OTAs, essa transformação representa uma oportunidade de ouro. É crucial reavaliar a arquitetura de canais, integrar dados de distribuição aos sistemas de CRM e Revenue Management, e aprimorar a criação de conteúdo para cada perfil de canal, com o objetivo de oferecer uma experiência mais fluida e personalizada.
Os debatedores ressaltaram a necessidade de uma mudança de mentalidade, enfatizando a importância de vender por atributos e não apenas por tipo de quarto. Além disso, os dados devem alimentar decisões estratégicas, não apenas relatórios de ocupação.
Em um mundo onde a IA pode antecipar as preferências dos hóspedes, o papel dos profissionais de hotelaria é dar sentido à experiência, criar vínculos emocionais e inovar. A colaboração entre humanos e máquinas será fundamental para o sucesso na nova era da hospitalidade.
Como conclui Gabriela Otto, Presidente da HSMAI Brasil e Latam, “Tecnologia sem alma é fria. Mas alma sem estratégia é romântica demais para gerar resultados.” O futuro da hotelaria exige um equilíbrio estratégico entre o digital e o humano, onde a personalização e a eficiência impulsionam experiências memoráveis.