Um levantamento internacional recente revelou um dado alarmante: o Brasil lidera o ranking dos parlamentos mais caros e com o maior número de funcionários do planeta. A Câmara dos Deputados brasileira, mesmo antes de recentes discussões sobre expansão do número de parlamentares, já se destaca negativamente no cenário mundial, superando todos os demais em despesas operacionais e quantidade de servidores.
Os números, compilados pela União Interparlamentar (IPU), impressionam. A Câmara dos Deputados do Brasil emprega nada menos que 14.001 servidores, um número que ultrapassa em muito os demais 96 legislativos analisados pela entidade. Para se ter uma ideia da magnitude, o Brasil é o único país com mais de 10 mil funcionários dedicados ao trabalho legislativo.
A comparação com outros países revela ainda mais a discrepância. Os Estados Unidos, por exemplo, que ocupam o segundo lugar no ranking, possuem 9.247 servidores, o que significa que o Brasil tem 51% a mais de funcionários. A Argentina, quarta colocada, apresenta um número de servidores três vezes menor que o brasileiro.
“Essa estrutura inchada reflete diretamente nos cofres públicos”, aponta o estudo. Quando se considera o critério de Paridade do Poder de Compra (PPC), que equaliza o custo de vida entre os países, o Brasil novamente assume a liderança. O custo de operação da Câmara brasileira é 72% superior ao do Congresso norte-americano, apesar da enorme disparidade econômica entre os dois países.
Além disso, a despesa do parlamento brasileiro é o dobro da registrada na Alemanha e na Itália, e quase três vezes superior à do Parlamento francês. Diante desse cenário, o debate sobre a eficiência e o custo-benefício do modelo legislativo brasileiro se torna cada vez mais urgente.
