A possibilidade de um corte antecipado na taxa Selic ganha força no debate econômico. Alexandre Maluf, economista da XP, sinaliza que uma desaceleração da atividade econômica, combinada com um cenário cambial mais favorável, poderia levar o Banco Central a agir mais cedo do que o previsto.
Maluf, durante o programa Morning Call da XP, destacou que o Banco Central ainda demonstra cautela em relação à inflação de médio e longo prazo. O Relatório de Política Monetária do 2° trimestre de 2025, por exemplo, revisou para cima a previsão de inflação para os primeiros meses de 2027.
No entanto, o economista pondera que os sinais de curto prazo sugerem que a manutenção da Selic no patamar atual de 15% pode não ser necessária por tanto tempo. “Se a atividade econômica mostrar uma desaceleração adicional e a taxa de câmbio se comportar um pouco melhor, talvez o Banco Central traga esse início de ciclo de corte mais para perto”, afirmou.
Embora a ata do Copom tenha enfatizado a manutenção de juros elevados por um período prolongado, o Relatório de Política Monetária revelou nuances de uma inflação mais controlada. O cenário internacional, marcado por volatilidade nos preços do petróleo e tensões geopolíticas, adiciona complexidade à análise.
“Independente das notícias, o direcional do câmbio no Brasil tem seguido para o ponto de desvalorização, com valorização do real. Isso é um fator bastante relevante”, complementou Maluf, ressaltando a importância do comportamento do câmbio no cenário inflacionário. A XP mantém a previsão inicial de corte de juros a partir de abril do próximo ano.
Fonte: http://www.infomoney.com.br