sexta-feira, junho 27, 2025

Esperança contra a Obesidade: Remédio Experimental Promete Perda de Peso sem Reduzir o Apetite

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Uma pesquisa inovadora reacende a esperança no combate à obesidade. Cientistas desenvolveram um composto experimental que, em testes preliminares, demonstrou potencial para promover a perda de peso sem os efeitos colaterais comuns, como a supressão do apetite. Os resultados, promissores em modelos animais e em um pequeno grupo de humanos, apontam para uma nova abordagem no tratamento da obesidade.

O estudo, publicado na revista *Nature Metabolism*, revela que o composto, denominado Sana (salicylate-based nitroalkene), age diretamente nas células de gordura, estimulando a produção de calor. Essa ação, conhecida como termogênese, queima energia sem afetar o sistema nervoso central, diferenciando-se de outros medicamentos disponíveis no mercado.

O princípio ativo do Sana é um derivado do salicilato, um composto natural encontrado em plantas com propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, similar ao presente na aspirina. “Observamos perda de peso e melhora nos níveis de açúcar no sangue em voluntários obesos que participaram do ensaio clínico de fase 1”, explicou Carlos Escande, líder da pesquisa no Instituto Pasteur, ressaltando que a amostra ainda é pequena para conclusões definitivas.

A pesquisa, que também envolveu cientistas de universidades brasileiras como Unicamp, USP e UFRJ, com apoio da FAPESP, já demonstrou que o Sana é bem tolerado em sua fase inicial de testes. A próxima etapa, crucial para determinar a eficácia do medicamento em uma população maior, está prevista para começar ainda este ano.

William Festuccia, pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, destaca que o Sana atua de forma localizada no tecido adiposo, minimizando riscos à saúde. “Agentes termogênicos antigos aumentam a temperatura do corpo todo, sobrecarregando o sistema cardiovascular. O Sana atua apenas nas mitocôndrias do tecido adiposo, o que evita esse problema”, assegura.

O Sana age ativando um tipo alternativo de termogênese, independente da proteína UCP1, e estimula o “ciclo fútil da creatina”, consumindo energia e liberando calor. Marcelo Mori, da Unicamp, vislumbra a possibilidade de combinar o Sana com outros tratamentos já existentes. “Quando reduzimos a ingestão de alimentos, o metabolismo desacelera. Combinar as duas abordagens pode ajudar a evitar esse efeito.”

Mori enfatiza ainda que o Sana preserva a massa magra, um fator crucial para a saúde, especialmente em idosos. A equipe de pesquisa, embora otimista com os resultados, reitera que a eficácia do Sana em humanos ainda precisa ser comprovada em estudos mais amplos. A fase 1 demonstrou segurança e potenciais benefícios metabólicos, mas os efeitos terapêuticos serão avaliados nas próximas etapas.

Fonte: http://www.metropoles.com

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