Edith Wisner, a primeira esposa de Raul Seixas (1945-1989), protagonizou um episódio surpreendente na vida do cantor: sua partida repentina para os Estados Unidos, levando consigo a filha do casal, Simone, sem sequer avisar o marido. O casamento, que durou de 1967 a 1974, marcou o início da vida familiar do roqueiro baiano, mas também prenunciou turbulências em seus relacionamentos futuros.
O silêncio de Edith sobre o relacionamento é quase tão intrigante quanto sua partida. “Eu não dou entrevistas sobre o Raul, pois isso me traz lembranças ruins. Fechei essa parte da minha vida e não quero reviver essa época”, declarou em 2012, na última vez em que abordou o assunto publicamente, revelando o peso das experiências vividas ao lado do ícone do rock.
A história do encontro entre Raul e Edith é peculiar. Eles se conheceram em uma festa em Salvador, entre 1964 e 1965, onde Edith estava acompanhada do pai e da irmã Esther. A família americana havia se mudado para a Bahia após a perda da mãe, vítima de uma grave doença nos Estados Unidos.
Segundo relatos da filha, Simone, em uma página oficial dedicada ao cantor, Raul inicialmente demonstrava interesse por Esther, irmã de Edith. “Ficou claro que ele estava pensando que minha mãe era a Esther. Mas ela não esclareceu nada, deu corda e eles acabaram conversando bastante e marcando outros encontros”, detalhou Simone, revelando um início de relacionamento marcado por um engano.
Além de ter sido esposa de Raul Seixas, Edith também teve um papel na criação de uma das primeiras composições do cantor, Let Me Sing, Let Me Sing, onde assina como Nadine Wisner. A parceria musical, no entanto, não foi suficiente para superar as divergências que levariam ao fim do casamento.
De acordo com a biografia Raul Seixas: Não diga que a canção está perdida, de Jotabê Medeiros, o casamento ruiu devido ao crescente interesse de Raul por sociedades ocultistas, o uso de drogas e a influência de figuras como Aleister Crowley. “A aproximação de Raul com sociedades ocultistas também deixava Edith apavorada. Ela tinha uma formação cristã ortodoxa, estava chocada com a aproximação de Raul com o universo crowleyano”, escreveu Jotabê.
A gota d’água para Edith foi a descoberta de traições por parte de Raul, o que a levou a tomar a decisão de retornar aos Estados Unidos com a filha em 1974, sem qualquer aviso prévio. Após a separação, Raul Seixas não manteve contato com Edith ou Simone.
Raul Seixas se casou mais quatro vezes e teve mais dois filhos, Scarlet e Vivian Seixas. A história de Edith Wisner, no entanto, permanece como um capítulo enigmático na vida do cantor, marcado por um amor que se desfez em meio a segredos, divergências e uma partida sem despedida.
Fonte: http://www.metropoles.com