segunda-feira, junho 30, 2025

Um Ano de Isolamento: Comunidades Rurais no RS ‘Festejam’ a Ausência de Ponte Após Enchentes de 2024

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Completou-se um ano que as comunidades rurais de Sítio dos Melos, Sítio Alto, Santos Anjos, em Faxinal do Soturno, e Ivorá, no Rio Grande do Sul, vivem isoladas. A ponte no Km 32 da ERS-348, vital para a ligação entre os municípios, foi destruída pelas enchentes de maio de 2024, um golpe duríssimo para a região. Enquanto isso, o estado gaúcho enfrenta novas inundações, reacendendo o medo e a urgência por soluções.

Dependendo da estrada para acessar serviços básicos, escoar a produção agrícola e garantir saúde e educação, os moradores se sentem abandonados. A ausência da ponte impacta diretamente a economia local, prejudicando pequenos agricultores que necessitam da via para chegar à cidade e vender seus produtos. A situação se agrava com as dificuldades no acesso a serviços de saúde e educação.

No desespero, a comunidade improvisou alternativas. “Colocamos um barco nosso para fazer a travessia… Depois, conseguimos montar uma travessia com madeira, eucalipto”, relatou Alceu Barchet, morador de Sítio dos Melos. Apesar de uma ponte provisória instalada pelo Exército, a estrutura era retirada em previsões de chuva, mantendo o isolamento.

A frustração culminou em um ato simbólico: um bolo de aniversário à beira do rio, marcando um ano de espera pela reconstrução. “Surgiu a ideia do bolo como ‘homenagem’ a um ano de espera e sacrifício”, explicou Alceu. O objetivo da manifestação pacífica era claro: alertar as autoridades sobre a urgência da reconstrução, independente de questões políticas.

As consequências da falta da ponte são graves. Moradores relatam dificuldades extremas para acessar serviços de saúde, com pacientes sendo carregados em caçambas até encontrarem ambulâncias. A professora Jeruza Bulegon ressalta que, quando o desvio está intransitável, o trajeto entre Ivorá e Faxinal do Soturno pode ultrapassar 50 km, aumentando o risco de óbitos por falta de socorro imediato.

Com a chegada de um novo período de chuvas intensas, a vulnerabilidade das comunidades aumenta. Alceu Barchet expressa preocupação com o futuro: “Todo o material que saiu das lavouras… foi parar no leito. O que acabou abrindo vários outros caminhos”. Além disso, ele teme a escassez de água no verão, crucial para a irrigação das lavouras.

Em resposta aos questionamentos, o governo do Rio Grande do Sul, por meio do Daer, informou que as obras da nova ponte devem começar no segundo semestre de 2025, com previsão de conclusão até o fim de 2026. O investimento será de R$ 11,7 milhões em uma estrutura mais alta e resistente. Enquanto isso, as comunidades seguem isoladas, aguardando a promessa de uma nova ponte que traga de volta a conexão e a esperança.

Fonte: http://www.metropoles.com

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