A América Latina se orgulha de ser pioneira no desarmamento nuclear, proclamando-se a primeira região livre dessas armas em 1967 através do Tratado de Tlatelolco. Este marco histórico, contudo, esconde nuances e complexidades, especialmente no que tange ao papel desempenhado por Brasil e Argentina. O acordo representou um avanço significativo em um período de tensões globais intensas, consolidando um compromisso regional com a paz e a segurança.
No entanto, a trajetória de Brasil e Argentina em relação ao programa nuclear é marcada por ambiguidades. Ambos os países, em diferentes momentos, demonstraram interesse em desenvolver tecnologia nuclear, levantando preocupações sobre suas intenções. Como observou o especialista em relações internacionais, Dr. Ricardo Soares de Oliveira, “A postura de Brasil e Argentina sempre foi complexa, oscilando entre o desenvolvimento de tecnologia para fins pacíficos e a possibilidade de uso militar”.
Apesar dessas hesitações iniciais, Brasil e Argentina eventualmente ratificaram o Tratado de Tlatelolco, comprometendo-se formalmente com a não proliferação de armas nucleares. A assinatura do tratado representou um sinal importante para a comunidade internacional, demonstrando um compromisso com a estabilidade regional e a busca por soluções pacíficas para conflitos. Esse processo de adesão, embora tardio, fortaleceu o legado da América Latina como uma zona de paz.