O dólar comercial operou em baixa nesta segunda-feira, revertendo uma abertura positiva. O movimento reflete um otimismo crescente nos mercados globais em relação aos avanços nos acordos comerciais dos Estados Unidos, o que intensificou as expectativas de cortes antecipados nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Além disso, o dia foi marcado pela formação da Ptax de fim de mês, taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. Às 11h40, o dólar à vista registrava queda de 0,34%, cotado a R$ 5,465 na venda. No mercado futuro, o contrato para julho recuava 0,31%, a R$ 5,463.
Paralelamente, o mercado acompanha de perto as tensões políticas internas e as falas de importantes figuras do governo e do Banco Central. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula participaram do lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar, enquanto Diogo Guillen, diretor de Política Econômica do BC, participa do ECB Forum on Central Banking 2025, em Portugal.
Dados recentes também influenciaram o mercado. Analistas consultados pelo Banco Central reduziram a projeção para a inflação brasileira pelo quinto mês consecutivo, com a expectativa para o IPCA em 5,20% ao fim do ano. Adicionalmente, a dívida pública bruta do Brasil subiu menos do que o esperado em maio.
No cenário internacional, a proximidade do fim da pausa nas tarifas dos EUA em julho mantém os mercados atentos. Em um sinal positivo, o Canadá revogou seu imposto sobre serviços digitais, buscando avançar em negociações comerciais. O relatório de emprego de junho nos EUA, divulgado na quinta-feira, será crucial para as expectativas sobre a política monetária do Fed. Como apontaram analistas do BTG, “dependendo dos dados disponíveis, o início do ciclo de afrouxamento pode ser antecipado para setembro”.
Apesar das expectativas de cortes de juros, Raphael Bostic, presidente do Federal Reserve de Atlanta, reiterou sua visão de que o banco central americano cortará sua taxa de juros apenas uma vez este ano. “Acho que, na verdade, podemos nos dar ao luxo de ser pacientes porque os mercados de trabalho estão bastante sólidos”, afirmou Bostic.
Fonte: http://www.infomoney.com.br