Com uma população equivalente a 62,3% da dos Estados Unidos, o Brasil, infelizmente, exibe um Produto Interno Bruto (PIB) que corresponde a apenas 7,5% do PIB americano. Essa discrepância gritante revela uma enorme diferença de riqueza entre os dois países, levantando a questão crucial: por que o Brasil produz tão menos? O economista José Pio Martins oferece uma análise perspicaz, focando em quatro áreas críticas.
Martins destaca, em primeiro lugar, a qualidade das instituições. Segundo ele, os Estados Unidos aprimoraram as instituições inglesas, criando uma superestrutura superior à brasileira. Ele define instituições como os poderes políticos, o sistema de justiça, o sistema estatal e o sistema tributário, elementos essenciais para o desenvolvimento.
Em segundo lugar, a infraestrutura precária do Brasil é um obstáculo significativo. Enquanto os Estados Unidos se expandiram rapidamente com ferrovias desde o século XIX, o Brasil possui uma malha ferroviária comparativamente limitada. “Hoje, os Estados Unidos têm 294 mil km de estradas de ferro e o Brasil tem apenas 30,6 mil km. Ou seja, pouco mais de 10%”, compara Martins.
A terceira deficiência apontada por Martins reside no corpo de leis brasileiro, considerado ruim, confuso e instável. O sistema tributário é um exemplo emblemático dessa complexidade. Em contraste, o sistema legal americano é percebido como mais eficiente e transparente.
Finalmente, o sistema educacional brasileiro, desde a educação infantil até o ensino superior, está aquém dos padrões dos países desenvolvidos. Segundo Martins, essa lacuna educacional impacta diretamente a capacidade do país de competir globalmente e impulsionar o crescimento econômico. Ele conclui que a superação da condição de país pobre depende da melhoria urgente nas instituições, infraestrutura, leis e educação.
Fonte: http://cbncuritiba.com.br