O Concurso Público Nacional Unificado (CNU) implementará uma medida inovadora em sua segunda edição, visando equiparar a participação de mulheres na segunda fase. O Ministério da Gestão e Inovação (MGI) esclarece que a ação não se trata de reserva de vagas, mas sim de uma estratégia para garantir que o percentual de mulheres classificadas para a prova discursiva seja equivalente ao de homens, caso seja inicialmente inferior a 50%. A iniciativa visa promover uma competição mais justa e equilibrada.
Para ilustrar a aplicação da medida, o MGI apresentou um exemplo prático. Em um cenário hipotético de um cargo com 20 vagas, onde 180 candidatos são convocados para a prova discursiva, a distribuição inicial seria de 117 para ampla concorrência e 63 para cotas. Se, dos 117 da ampla concorrência, 65 fossem homens e 52 mulheres, mais 13 mulheres seriam chamadas para igualar a proporção, resultando em 65 homens e 65 mulheres.
A ministra Esther Dweck justifica a medida com base na análise da primeira edição do CNU, onde se observou um percentual de mulheres aprovadas inferior ao de inscritas. Ela ressalta que a dupla ou tripla jornada enfrentada por muitas mulheres, especialmente aquelas entre 35 e 45 anos, com responsabilidades familiares e profissionais, pode dificultar a dedicação aos estudos específicos exigidos para o concurso. “Uma é a questão da dupla ou tripla jornada… acaba que elas têm uma desigualdade com os homens”, disse a ministra.
Além da equiparação de gênero, o CNU 2 manterá as cotas para negros, indígenas e quilombolas, totalizando 30% das vagas, além de 5% para pessoas com deficiência. A Escola Nacional de Administração Pública (Enap) assume a responsabilidade pela execução e gestão do processo, enquanto o MGI permanece como órgão responsável pelas políticas relacionadas ao concurso. Medidas de segurança, como código de barras individual nas provas e exame grafológico, também serão implementadas.
O CNU 2 ofertará 3.652 vagas em 32 órgãos federais, com provas objetivas e discursivas aplicadas em 5 de outubro e 7 de dezembro, respectivamente. Uma novidade importante é a substituição das tradicionais “bolinhas” no cartão de respostas por um código de barras, visando aumentar a segurança do processo. Os resultados da primeira edição revelaram que homens ocuparam quase dois terços das vagas, evidenciando a necessidade de ações afirmativas para promover maior equidade de gênero.
Fonte: http://www.metropoles.com