A Polícia Federal (PF) realizou nesta terça-feira (1º/7) oitivas de figuras-chave na investigação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado e obstrução da justiça. Fábio Wajngarten, ex-assessor de Jair Bolsonaro, e Paulo Cunha Bueno, advogado do ex-presidente, foram interrogados simultaneamente em São Paulo, a partir das 14h.
Os depoimentos ocorrem no âmbito do inquérito que busca esclarecer se houve articulação para impedir o avanço das investigações sobre a trama golpista, cujo objetivo seria manter Bolsonaro no poder. Além de Wajngarten e Bueno, Marcelo Câmara também prestou depoimento em Brasília, enquanto seu advogado, Eduardo Kuntz, foi ouvido em São Paulo.
O foco das oitivas se intensificou após Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, revelar detalhes sobre a atuação dos advogados. Cid alegou que Bueno e Kuntz tentaram influenciar sua família a adotar uma estratégia de “defesa conjunta” com a de Bolsonaro, o que poderia comprometer sua colaboração com a justiça.
Cid também mencionou que Wajngarten procurou sua esposa e filha, levantando suspeitas sobre uma possível tentativa de obter informações sobre sua delação premiada. Segundo Cid, Wajngarten teria inclusive tentado convencer sua esposa a trocar de advogados. O ex-ajudante apresentou à PF documentos que corroboram suas alegações.
Wajngarten, que foi demitido do PL após o vazamento de mensagens com Cid, negou as acusações. Em declaração ao Metrópoles, ele afirmou que a investigação representa “a criminalização da advocacia” e serve como “cortina de fumaça para tentar ocultar a expressa falta de voluntariedade do réu delator Mauro Cid e a consequente nulidade da colaboração”. A PF segue investigando para esclarecer os fatos e determinar o grau de envolvimento de cada um dos investigados.
Fonte: http://www.metropoles.com
