Após sete anos de negociações complexas, o Mercosul selou um acordo de livre comércio com o EFTA, bloco composto por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. O anúncio, realizado durante a cúpula do Mercosul em Buenos Aires, representa um marco importante para a integração econômica regional.
O acordo promete beneficiar cerca de 300 milhões de pessoas, abrangendo um PIB conjunto superior a US$ 4,3 trilhões. Segundo comunicado oficial, mais de 97% das exportações entre os blocos terão acesso facilitado aos mercados. “Ambas as partes se beneficiarão de melhorias em acesso a mercado para mais de 97% de suas exportações, o que aumentará o comércio bilateral e beneficiará empresas e cidadãos”, destaca a nota conjunta.
As negociações, iniciadas em 2017, enfrentaram desafios significativos, incluindo exigências ambientais que ganharam força, especialmente durante o governo Bolsonaro. O EFTA, alinhado com a União Europeia, passou a requerer compromissos ambientais mais rigorosos como condição para a retomada das conversas.
A formalização do acordo agora depende da aprovação dos parlamentos de todos os países envolvidos. A expectativa é que produtos como café torrado, carnes (bovina, suína e de frango), fumo, sucos e medicamentos recebam tratamento preferencial, com redução tarifária gradual.
Enquanto alguns países europeus, como França e Áustria, expressam reservas devido a preocupações ambientais e de concorrência agrícola, os membros do EFTA se mostram favoráveis à parceria. O acordo representa um avanço estratégico para o Mercosul, especialmente diante da indefinição nas negociações com a União Europeia, cujo tratado aguarda aprovação parlamentar e do Conselho Europeu. A assinatura final poderá ocorrer durante a presidência brasileira do Mercosul, em dezembro de 2025.
Fonte: http://revistaoeste.com