Em meio às investigações sobre a suposta trama golpista, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou uma representação ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (4/7), negando qualquer troca de mensagens direta com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid através de grupos de comunicação digital. A manifestação surge no contexto do inquérito que apura a interação entre os acusados de envolvimento na tentativa de golpe.
O advogado de Bolsonaro, Fernando José da Costa, refuta a existência de comunicação com um perfil supostamente utilizado por Cid para troca de mensagens. Segundo Costa, sua interação se limitou ao contato com o advogado de Cid, Marcelo Câmara, Luiz Eduardo Kuntz, e restrita a assuntos profissionais. Essa interação veio à tona após uma resposta da Meta, empresa dona do Facebook e Instagram, a uma solicitação do STF.
Costa alega desconhecer a presença do perfil “Gabriela R” em um grupo criado na plataforma, imaginando tratar-se de uma conversa restrita ao colega de profissão Luiz Eduardo Kuntz. Ele afirma ter enviado um vídeo sobre direito processual penal, possivelmente encaminhado a mais de uma pessoa simultaneamente. “Acrescenta, ainda, que sequer sabia da presença do perfil ‘Gabriela R’ como parte de um grupo criado na plataforma, imaginando tratar-se de conversa restrita ao colega de profissão Luiz Eduardo Kuntz…”, detalha o documento encaminhado ao STF.
O perfil “Gabriela R” teria sido utilizado por Cid no Instagram para conversas com Kuntz, conforme relatado pelo próprio advogado ao ministro Alexandre de Moraes. Essas trocas de mensagens foram cruciais para a decretação da prisão de Marcelo Câmara, cliente de Kuntz, acentuando a complexidade do caso e a necessidade de esclarecimentos.
O inquérito foi aberto após Kuntz relatar a comunicação com perfis atribuídos a Mauro Cid, violando a proibição de contato entre os réus da trama golpista, imposta quando da soltura de Câmara em 2024. A reincidência levou à sua nova prisão, demonstrando a seriedade com que o STF está tratando as investigações e as possíveis tentativas de burlar as determinações judiciais.
Fonte: http://www.metropoles.com