A recente notícia da cirurgia do apresentador Edu Guedes para a remoção de um câncer de pâncreas reacende a discussão sobre essa doença complexa e agressiva. Embora a cirurgia seja uma das principais opções de tratamento, sua viabilidade depende crucialmente do estágio em que o câncer é detectado. A confirmação da cirurgia foi feita pela assessoria de Guedes à CNN Brasil, sem detalhes sobre o procedimento específico.
O termo “câncer de pâncreas” engloba diversos tipos de neoplasias, sendo o adenocarcinoma o mais comum, representando cerca de 90% dos casos. Outras variantes, como pancreatoblastomas e tumores neuroendócrinos, são mais raras. O oncologista João Paulo Fogacci de Farias, da Oncoclínicas, ressalta a importância de conhecer os diferentes tipos para um tratamento mais eficaz.
De acordo com a Mayo Clinic, a cirurgia é considerada uma opção quando o câncer está localizado ou se estendeu para vasos sanguíneos próximos. Existem diferentes tipos de operações, como a cirurgia de Whipple (para tumores na cabeça do pâncreas), a remoção do corpo e cauda do pâncreas, e, em casos mais graves, a pancreatectomia total.
“Nas últimas décadas, a cirurgia oncológica teve um grande avanço através de técnicas minimamente invasivas, o que leva a recuperação e reabilitação mais rápida do paciente”, explica Farias. A cirurgia robótica surge como uma alternativa promissora, embora ainda necessite de mais estudos para comprovar sua segurança e eficácia.
Infelizmente, a maioria dos casos de câncer de pâncreas é diagnosticada em estágios avançados, tornando a cirurgia inviável. Nesses casos, outras opções de tratamento, como quimioterapia, radioterapia e terapias-alvo, podem ser utilizadas para controlar a doença e melhorar a qualidade de vida do paciente. O diagnóstico precoce, portanto, é fundamental para aumentar as chances de sucesso do tratamento.
O pâncreas desempenha um papel vital na produção de enzimas digestivas e do hormônio insulina. A detecção precoce do câncer permite intervenções cirúrgicas menos invasivas, preservando ao máximo a função do órgão. Pesquisadores nos Estados Unidos estão explorando testes de biópsia líquida baseados em amostras de sangue para identificar casos precoces da doença.
Sintomas como icterícia, urina escura, cansaço, perda de apetite e dor abdominal podem indicar câncer de pâncreas. No entanto, esses sintomas não são exclusivos da doença, o que muitas vezes leva a diagnósticos tardios. A detecção de diabetes também pode ser um sinal de alerta. Exames de imagem e de sangue, como a dosagem do antígeno Ca 19.9, são essenciais para confirmar o diagnóstico.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br