quinta-feira, julho 10, 2025

Dólar em Rota de Colisão: Analistas Preveem Queda Temporária Antes de Nova Alta Impulsionada por Incertezas Fiscais

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Após um início de ano turbulento, com alta expressiva e superação da marca de R$ 6, o dólar à vista experimentou um alívio no primeiro semestre de 2025, recuando mais de 11% em relação ao real. Esse movimento abriu espaço para discussões sobre o futuro da moeda americana no cenário brasileiro, com diversas análises apontando para uma possível queda ainda maior no curto prazo.

Especialistas do mercado financeiro, como os das casas Itaú Unibanco, BTG Pactual e MCM 4intelligence, vislumbram um possível patamar de R$ 5,40 para o dólar em breve. No entanto, essa perspectiva de curto prazo não elimina a preocupação com o médio e longo prazo. As projeções para o final do ano ainda indicam uma retomada da alta, impulsionada principalmente por incertezas no cenário fiscal doméstico.

Um dos fatores que contribuem para a recente fraqueza do dólar é seu desempenho global. O índice DXY, que mede o valor da moeda americana em relação a outras divisas fortes, registra queda superior a 10% em 2025, refletindo desconfianças em relação à economia dos Estados Unidos, especialmente após a política de tarifas implementada pelo ex-presidente Donald Trump.

Adicionalmente, a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, sinalizada pelo Banco Central como uma medida prolongada, tende a favorecer o real, estimulando operações de *carry trade*. Contudo, a grande questão é se esses fatores positivos serão suficientes para compensar a tradicional piora do fluxo cambial no segundo semestre e um possível aumento da aversão ao risco fiscal no Brasil.

A recente derrubada, pelo Congresso, do decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) reacendeu o debate sobre o cumprimento das metas fiscais, em especial a de 2026, que prevê superávit primário de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, as apostas em torno da corrida presidencial de 2026 injetam um novo elemento de volatilidade no mercado de câmbio.

Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV, expressa preocupação com o aumento do risco soberano do Brasil, devido ao crescimento do endividamento público. “A questão não é nem se o governo vai cumprir as metas fiscais, mas que as metas são insuficientes para evitar o crescimento da dívida em relação ao PIB”, afirma Padovani.

Daniel Miraglia, economista do Integral Group, adota uma postura mais otimista, acreditando que o dólar pode recuar ainda mais no curto prazo e terminar o ano abaixo dos níveis atuais. Ele argumenta que o real pode se beneficiar da expectativa de uma mudança de governo em 2027, com o mercado já precificando um cenário de maior austeridade fiscal.

Fonte: http://www.infomoney.com.br

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