O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu a busca por consenso com o Executivo em entrevista à Record TV, em um momento de tensões entre os poderes. Motta ressaltou a importância de um diálogo construtivo, alertando contra a polarização e o incentivo a uma disputa entre a população e o Congresso Nacional. Suas declarações ocorrem em meio à polêmica em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e ao crescente desgaste da imagem dos parlamentares nas redes sociais.
“Precisamos de diálogo, de verdade, de sabedoria para encontrar as saídas de que o nosso país precisa, sem jogar a população contra o Congresso”, afirmou Motta. Ele enfatizou a necessidade de o governo reconhecer o Legislativo como um parceiro leal, que, no entanto, tem o direito de discordar de propostas do Executivo. O presidente da Câmara também negou que a votação que derrubou o decreto do governo sobre o IOF tenha sido uma “traição” ao Planalto.
Motta argumentou que a rejeição ao aumento do imposto persistiu mesmo após uma reunião entre a cúpula do Congresso e ministros do governo. Ele contesta a narrativa de que o IOF afeta apenas as classes mais altas. “Essa narrativa de tentar dizer que o IOF é um imposto que só pegam as classes mais abastadas, os ricos, ela não é verdadeira”, declarou, argumentando que o imposto tem um efeito difuso na economia, impactando a inflação e o custo para pequenos empreendedores.
O presidente da Câmara também rebateu as críticas de que o Congresso estaria protegendo os ricos em detrimento dos pobres. Ele enfatizou que o Legislativo tem apoiado as medidas sociais do governo, viabilizando programas importantes para a população. Motta destacou ainda o compromisso em aprovar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Por fim, Motta reafirmou sua abertura ao diálogo para resolver o impasse em relação ao IOF e para debater outros temas relevantes com o Planalto. “Nós temos total disposição de dialogar, queremos conversar com o poder Judiciário, com o poder Executivo, retomar o diálogo e a partir daí encontrarmos as saídas necessárias”, concluiu.
Fonte: http://www.metropoles.com