Em meio à campanha Julho Amarelo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) intensifica o alerta sobre a prevenção, testagem e conscientização das hepatites virais. A iniciativa busca engajar a população, enfatizando a importância crucial da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado dessas doenças, muitas vezes silenciosas, mas com potencial de graves complicações.
Dados preocupantes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, revelam a situação no Paraná. Entre 2019 e 2025, foram registrados 846 casos de hepatite A, 7.288 de hepatite B e 5.069 de hepatite C, além de 424 casos em gestantes. Lamentavelmente, no mesmo período, o estado contabilizou 608 óbitos relacionados às hepatites virais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima um cenário ainda mais sombrio. Em 2022, cerca de 254 milhões de pessoas estavam infectadas por hepatite B e 50 milhões por hepatite C em todo o mundo, resultando em 1,34 milhão de mortes, principalmente devido a complicações como cirrose e carcinoma hepatocelular (CHC). A OMS projeta que, até 2040, as hepatites B e C poderão causar mais mortes do que tuberculose, HIV, Aids e malária somadas.
“As hepatites A e E são transmitidas pelo consumo de água e alimentos contaminados por fezes, e estão ligadas às condições precárias de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos”, explica a Sesa. Já as hepatites B, C e D são transmitidas por contato com sangue ou fluidos corporais contaminados, por via parenteral, percutânea e vertical (de mãe para filho), por relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de objetos perfurocortantes ou por exposição a material biológico contaminado durante procedimentos médicos.
Felizmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece vacinas gratuitas contra as hepatites A e B. Além disso, no caso da hepatite C, há medicamentos eficazes que possibilitam a cura da doença. A Sesa reforça que o Calendário Nacional de Vacinação prevê doses contra a hepatite B ao nascer e aos 2, 4 e 6 meses de idade, além de uma dose contra a hepatite A aos 15 meses. A cobertura vacinal no Paraná, embora alta, ainda busca atingir a meta de 95% preconizada pelo Ministério da Saúde.
Fonte: http://cbncuritiba.com.br