Durante a Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o elevado investimento em armamentos em detrimento de iniciativas de paz. A declaração foi feita durante a sessão sobre paz e segurança e reforma da governança global, no domingo (6/7). Lula questionou as prioridades globais, expressando preocupação com o desequilíbrio entre o financiamento militar e o desenvolvimento.
O presidente Lula destacou a decisão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de destinar 5% do PIB para gastos militares como um fator que “alimenta a corrida armamentista”. Ele contrastou essa alocação com a dificuldade em cumprir a meta de 0,7% do PIB para Assistência Oficial ao Desenvolvimento, evidenciando uma falta de prioridade política em investimentos para a paz. “É sempre mais fácil investir na guerra do que na paz”, afirmou o presidente.
Além das críticas ao financiamento militar, Lula manifestou preocupação com a ineficácia do Conselho de Segurança da ONU na mediação de conflitos. Segundo o presidente, o órgão tem se mostrado paralisado e com credibilidade comprometida. “As reuniões do Conselho de Segurança da ONU reproduzem um enredo cujo desfecho todos conhecemos: perda de credibilidade e paralisia”, declarou, ressaltando que o Conselho sequer é consultado antes de ações bélicas.
Lula também alertou para a possível “instrumentalização” da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), afirmando que tal ação ameaça os esforços de paz globais. Ele comparou a situação com o que ocorreu no passado com a Organização para a Proibição de Armas Químicas, enfatizando o risco de comprometer a reputação de um órgão fundamental para a manutenção da paz. “O temor de uma catástrofe nuclear voltou ao cotidiano”, concluiu o presidente.
Fonte: http://www.metropoles.com